Exército e Governo do AM iniciam programa para levar internet a 52 municípios

Jornal de Humaitá


Um dos Estados com menor cobertura de internet do Brasil, o Amazonas inicia este ano um programa arrojado com a meta de levar banda larga a 52 municípios do interior. Iniciativa do Governo do Amazonas e do Exército Brasileiro, com parceria de empresas privadas, o programa “Amazônia Conectada” começa a sair do papel em março, com obras em Manaus, e prevê a instalação de 7,5 mil quilômetros de cabos de fibra ótica nos leitos dos rios para interligar as cidades amazonenses à rede mundial de computadores.

Pelo projeto, serão criadas cinco “infovias” alcançando municípios das calhas dos rios Negro, Solimões, Purus, Juruá e Madeira. Em reunião na sede do Governo do Estado, nesta segunda-feira, 26 de janeiro, o governador José Melo determinou avanço nos estudos técnicos e na busca por recursos para desenvolver as etapas do programa.

Além de buscar verba do Governo Federal, apoio dos Ministérios das Comunicações e de Ciência e Tecnologia, emendas parlamentares e recursos de P&D da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) também são alternativas para cumprir o plano de investimentos.

“Esse é um projeto de extrema importância para o Estado. O melhor caminho é desenvolvê-lo por trechos estratégicos, isso deve facilitar a obtenção dos recursos.

A maior prioridade é o Alto Solimões, para chegar a Tabatinga, e o Madeira, em Humaitá, abrir outra vertente de conexão para o Brasil”, disse Melo, ressaltando que vai convidar as empresas de telefonia que atuam no Estado para participar do plano. A estimativa é que R$ 1 bilhão seja necessário para as obras de conexão nos cinco trechos. Além da infraestrutura, o projeto também pretende criar unidades para gerenciar o funcionamento e as emergências e incentivar a formação de pessoal especializado para a área.

Em um primeiro momento, a internet chegará às unidades do Exército, governo estadual, municipal e federal, o que vai melhorar a prestação de serviços e a segurança de dados nacionais. Hoje, toda a internet nessas cidades é via-satélite, o que é mais caro e de baixa qualidade.

De acordo com o general Delcídio de Medeiros Sales, chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército, com a infraestrutura, serão desenvolvidos projetos para oferecer internet à população e haverá as condições favoráveis para a exploração comercial.

Início das obras – O primeiro trecho entra em obras em março em Manaus, interligando unidades militares do Comando Militar da Amazônia (CMA). De acordo com o general Sales, a ligação entre Tefé e Coari, um investimento de R$ 15 milhões, já tem os recursos assegurados e o lançamento é previsto para o mês de outubro. A partir de Coari, a ligação até Manaus será feita via gasoduto, onde o governo estadual e a Telebrás têm parceria em curso para infraestrutura de internet.

Além de novos investimentos, o projeto também vai se integrar a estruturas já existentes. O gasoduto Coari-Manaus é um exemplo. Além disso, o Governo Estadual finaliza tratativas com a Telebrás para atender com internet as cidades na área de abrangência do Linhão de Tucuruí, beneficiando municípios da calha do rio Amazonas.

Outros seis municípios serão contemplados com recursos do programa “Cidades Digitais”, do Ministério das Comunicações. O Exército também planeja compartilhar as redes que possui em Tefé, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Humaitá e Barcelos, disse o general Sales.

Segundo o gerente técnico da Prodam, Guilherme Moraes, o Plano Nacional de Banda Larga também deve beneficiar o Estado. Atualmente, Manaus possui ligação para o restante do Brasil via Linhão de Tucuruí, com a infraestrutura disponibilizada para transmissão da Copa do Mundo. Dos municípios da região do Gasoduto Coari-Manaus, Iranduba e Manacapuru já estão ligados e o governo toca obras em Caapiranga.

O programa “Amazônia Conectada” envolve o Exército Brasileiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, a Empresa de Processamentos de Dados do Amazonas (Prodam), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a empresa Padtec.

* Com informações da assessoria.

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