GHL-Chile: Mapuches usam protestos para pregar “resistência” e “autonomia”

Alerta Científico e Ambiental

Movimento Solidariedade Ibero-Americana – MSIa

Sem surpresa para quem acompanha as maquinações e pretensões “autonomistas” de certas comunidades indígenas sul-americanas, devidamente insufladas pelas redes do Establishment oligárquico que exploram politicamente o indigenismo, os mapuches chilenos não tardaram em aproveitar os violentos protestos que têm sacudido o país nos últimos dias, para lançar mais um manifesto em prol da sua delirante agenda separatista.

Em um comunicado divulgado em 21 de outubro, a Coordinadora Arauco Malleco (CAM), a mais radical das organizações representantes dos mapuches chilenos, não apenas justificou “o legítimo direito à rebelião por parte do povo chileno oprimido”, como também lembrou o “processo de libertação nacional mapuche”.

 “A luta mapuche é por território e autonomia para a reconstrução nacional, assentando as bases para a verdadeira libertação nacional mapuche”, afirma o manifesto (CNN Chile, 21/10/2019).

 

No Chile, os mapuches são em número de cerca de 700 mil, representando 5% da população do país. A maioria deles é miscigenada e incorporada à vida nacional, apesar de se encontrar entre os segmentos mais pobres da população, vivendo nos arredores da capital Santiago. Pouco menos da quinta parte reside nas suas regiões de origem, Bío Bío e Araucanía, na área central do país. A vizinha Argentina abriga 200 mil mapuches.

Com a instrumentalização política dos mapuches, os mentores do aparato ambientalista-indigenista internacional pretendem fomentar a criação de uma região virtualmente autônoma na Patagônia chilena, que possa, eventualmente, ser estendida ao território argentino. A CAM, fundada em 1998, é a mais radical organização que promove a “autonomia” dos mapuches, sempre em atuação com organizações europeias que promovem o “etnonacionalismo”. A entidade tem se destacado pela promoção e implementação de ações violentas, por meio de células denominadas Órgãos de Resistência Territorial (ORT), para as quais a qualificação de terroristas se aplica sem receio de exagero.

Em 2016, uma série de sabotagens contra propriedades privadas e instalações como usinas hidrelétricas, além de incêndios de igrejas e florestas cultivadas, foi desfechada em Araucanía e Bío Bío, causando grandes prejuízos. Embora a CAM tenha negado qualquer participação nos ataques, que não foram assumidos por nenhuma entidade, poucos no país acreditaram na versão.

A propensão da CAM à violência “revolucionária” fica evidenciada no manifesto recém-divulgado, o qual lamenta que as manifestações “não têm a condução política da esquerda revolucionária”:

“Sem dúvida, esse processo de libertação nacional mapuche se vislumbrará melhor quando as oprimidas e os oprimidos do povo chileno comecem a levantar um verdadeiro projeto de esquerda de raiz e representação popular, dos trabalhadores e revolucionários, que não caia nas formas já desgastadas de fazer política, com pseudolíderes pequeno burgueses, traidores e lacaios representados pela Frente Ampla e a Nova Maioria”, diz o manifesto, referindo-se às coalizões da esquerda chilena (tendo a Nova Maioria sido dissolvida em 2018).

Outro trecho do manifesto não deixa margem a dúvidas sobre a agenda da CAM:

Nesse mesmo contexto, e levando em consideração a luta do nosso povo mapuche, fazemos um apelo para se dar continuidade com força maior à disputa territorial e à resistência contra o poder burguês, como vimos fazendo há mais de duas décadas. Trabalhar e lutar sem trégua e sem temor, até a remoção total das empresas florestais, centrais hidrelétricas e todos os demais investimentos capitalistas amparados nesse regime colonial, cujo objetivo apenas se logra por meio das expressões de resistência e organizações consequentes do nosso povo nação mapuche, unidas em uma proposta política e revolucionária para a libertação nacional mapuche, sustentada nessas linhas estratégicas para a reconstrução nacional pela resistência e o controle territorial.

A proclamação conclui com um autêntico chamado a uma guerra:

Por último, chamamos o nosso povo nação mapuche a continuar com a reconstrução, a dar continuidade ao processo, a fortalecer e aumentar a resistência, criando novos ORT e grupos de combate. (…) A nossa melhor saudação frente ao descontentamento das oprimidas e dos oprimidos serão os nossos chem, as ações de resistência contra os verdadeiros inimigos, os capitalistas, os poderosos! A luta mapuche é por território e autonomia para a reconstrução nacional, lançando as bases para a verdadeira libertação nacional mapuche! A libertação nacional mapuche só se conseguirá com a libertação do povo chileno!

Com tantas motivações e empolgação e diante do currículo da CAM e das combativas organizações que gravitam ao seu redor, não seria surpresa se as suas digitais virem a ser encontradas em pelo menos alguns dos atos de vandalismo que estão ocorrendo em cidades chilenas, que ultrapassam em muito os propósitos e as intenções dos manifestantes legítimos.

O capítulo 10 do livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial, de Lorenzo Carrasco, Silvia Palacios e Geraldo Luís Lino (Capax Dei, 2017, 12ª ed.), traz detalhes sobre a agenda “autonomista” dos mapuches do Chile e da Argentina.

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