O trabalho é desenvolvido entre as Forças Armadas e o Governo Federal
Agência Força Aérea, Tenente Wanessa Liz
Desde o dia 22 de janeiro, devido às condições de calamidade pública – decretada pelo Ministério da Saúde – ocasionada pela crise sanitária que atingiu as populações em Terra Yanomami, a Força Aérea Brasileira foi acionada para realizar o envio de cestas básicas para a Comunidade Indígena da Kataroa, assolada pelo alto índice de desnutrição e de doenças infecciosas.
O trabalho desenvolvido na região Yanomami, em Roraima (RR) ocorre em conjunto entre as Forças Armadas e o Governo Federal. Neste sentido, o Exército Brasileiro (EB) possui o papel de coordenar a chegada das cestas básicas, bem como o acondicionamento delas, para que sejam carregadas nas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que estão operando na missão, sendo elas, o KC-390 Millennium, o C-105 Amazonas, o H-60 Black Hawk e o C-98 Caravan, além do H-M2 do EB.
Mais de 590 horas de voos já foram feitas em 20 dias de operação, contabilizando um total de 82 toneladas de carga distribuídas, entre elas mantimentos e remédios, as quais foram transportadas por militares para a Terra Yanomami. Ao longo deste tempo, foram realizados o transporte e entrega de 4.328 cestas básicas, além de ter feito 75 evacuações aeromédicas.
Hospital de Campanha
![](https://www.defesanet.com.br/wp-content/uploads/2023/02/6DACFD1B_D6E5_4CFA_8290_EF447A4058CF-1024x696.jpeg)
Um Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) foi montado ao lado da Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista (RR). A unidade móvel presta atendimento aos povos da Terra Indígena Yanomami. Para o devido atendimento à comunidade indígena, foi enviado aparelhos de raio-x e ultrassonografia; farmácia e laboratório, que possibilita a realização de exames laboratoriais; unidade celular de saúde, leitos de internação para pacientes ambulatoriais e estabilização de pacientes mais graves que precisem ser removidos para Unidades de Saúde mais complexas; dentre outros. Em 20 dias, militares atuam na linha de frente do hospital e já realizaram 1.158 atendimentos entre eles: cirurgia, ortopedia, pediatria, odontologia, cardiologia, ginecologia, entre outros.
Comando Operacional Conjunto Amazônia
Desde o dia 03/02 o Ministério da Defesa ativou por meio da Portaria nº 710, o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) para atuar na área do Estado de Roraima e na porção do Estado do Amazonas incluído na Terra Indígena Yanomami. O documento traz diretrizes na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas (Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira) na Operação Escudo Yanomami, reforçando as ações de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no Território Yanomami, em Boa Vista (RR).
Ainda de acordo com o documento, cabe ao Comando da Força Aérea Brasileira estabelecer o controle do espaço aéreo sobre o espaço aéreo sobrejacente e adjacente ao Território Yanomami, nos termos do art. 2º do Decreto nº 11.405, de 2023; permanecer em condições de disponibilizar recursos operacionais ao Cmdo Op Cj Amz; indicar os representantes dessa Força para compor o Estado-Maior do Cmdo Op Cj Amz; e informar ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas as necessidades de recursos financeiros, em caso de efetivo emprego.
![](https://www.defesanet.com.br/wp-content/uploads/2023/02/74CCA17B_4AD5_4E3C_8FB0_7341B082E8B4-1024x696.jpeg)
Novas Diretrizes da Zona de Identificação de Defesa Aérea
A segunda fase da operação teve inicio em 06/02, quando ocorreu a abertura parcial do espaço aéreo da região norte do país. Na ocasião foram criados três corredores de voo com intuito de possibilitar a saída coordenada e espontânea das pessoas não-indígenas das áreas de garimpo ilegal por meio aéreo.
Apoio logístico
As Forças Armadas, por meio do Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), passa a atuar em uma nova fase, prestando apoio logístico à Polícia Federal (PF), que deflagrou no dia 10/02, uma operação com intuito de interromper a prática criminosa em garimpos de terras indígenas.
O Cmdo Op Cj Amz utiliza seus meios aéreos, como as aeronaves C-98 Caravan, H-36 Caracal, H-60 Black Hawk da FAB e HM-2, do EB, para o transporte dos agentes da Polícia Federal, que atuarão na inutilização da logística de funcionamento dos garimpos ilegais e no registro das provas e perícias em relação ao crime. Estão sendo transportados, também, militares da Força Nacional e demais agências como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) até as terras indígenas.
Operação Escudo Yanomami conta com apoio do 1º GCC
![](https://www.defesanet.com.br/wp-content/uploads/2023/02/GCC6-1024x682.jpeg)
Desde o dia 22/01 a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza ajuda humanitária, devido às condições de calamidade pública – decretada pelo Ministério da Saúde – ocasionada pela crise sanitária que atingiu as populações em Terra Yanomami. A FAB foi acionada para realizar o envio de cestas básicas para a Comunidade Indígena da Kataroa, assolada pelo alto índice de desnutrição e de doenças infecciosas.
Uma estrutura montada pelo Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), na Base Aérea de Boa Vista (BABV), conta com aproximadamente 12 toneladas de equipamentos, incluindo barracas de campanha equipadas com computadores e telefones, geradores, antenas que utilizam sinal de satélite, dentre outros. Sob a coordenação do 1º GCC, realizou-se o deslocamento da equipe técnica, composta por 13 militares, com a finalidade de iniciar a montagem dos sistemas na BABV.
Essa ação possibilitou estabelecer os Sistemas de Comunicação compostos pelo acesso à Rede Operacional de Defesa (ROD), acesso à Intraer (rede interna da FAB), telefonia do Sistema de Comunicações Militares por Satélites (SISCOMIS), ramais externos, além de prover meios para uso de videoconferência. Junto a isso, foi instalado um sistema de visualização radar que permite que os integrantes do Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) observem as movimentações das aeronaves que sobrevoam a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) em tempo real.
O Comandante do 1° GCC, Tenente-Coronel Aviador Diego Ilvo Hennig, avalia o apoio prestado. “Torna-se imprescindível o estabelecimento de Comando e Controle (C2) com a capacidade de comunicação em diversas formas entre o Cmdo Op Cj Amz e demais órgãos. Além disso, aproveito para enaltecer os serviços prestados pelas Forças evolvidas na nobre missão de ajuda humanitária e de segurança”, comenta.
Fotos: Sargento Figueira / CECOMSAER
Fotos: Sargento Lucas e Figueira/ CECOMSAER
Vídeo: Sargento Ronan/ CECOMSAER