“Não faltarão recursos para abastecimento de água no Nordeste brasileiro”, diz MD

Os 4 milhões de nordestinos que recebem água por meio da Operação Carro-Pipa continuarão a serem abastecidos. Os recursos serão incrementados de acordo com a necessidade dos municípios que atravessam dificuldades no período de estiagem. A afirmação foi feita pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, nesta quinta-feira (10), durante audiência concedida ao secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco, Nilton da Mota Silveira Filho.

O secretário manifestou preocupação diante de boatos que circulam na internet alegando que o programa sofrerá redução. “Não faltarão recursos para abastecimento de água. Estou desmentido estes boatos categoricamente e em rede nacional, ou seja, para todo o País”, afirmou Jungmann.

A Operação Carro-Pipa federal é subordinada ao Exército Brasileiro. Este programa deve fechar 2016 com a destinação de R$ 1,06 bilhão, o que representa incremento de 15,3% em relação aos R$ 920,8 milhões de 2015.

Para o próximo ano, os recursos devem ficar acima de R$ 1 bilhão. Se houver maior precipitação de chuva em algumas regiões diminui a necessidade do emprego do carro-pipa. Mas, prevalecendo a seca o abastecimento de água por meio de caminhões aumenta.

Levantamento obtido junto ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), de janeiro até hoje já foram descentralizados R$ 937,6 milhões para o programa. Atualmente, o Exército atende a 848 municípios nos seguintes estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, e municípios situados no norte de Minas Gerais.

Como há uma variação de cidades, segundo o balanço do CMNE, o atendimento chega a cerca de 3,7 milhões de brasileiros. Para assegurar que a água chegue às mais distantes regiões, 6.943 pipeiros transportam o produto até os 75.035 Pontos de Abastecimento (PA). E, para isso, contam com o trabalho de 29 Organizações Militares Executoras (OME) da Força Terrestre.

Em Pernambuco, por exemplo, 637.658 pessoas moradoras em 120 municípios recebem água por meio de 1.110 pipeiros. “Vale destacar que os números apresentados no programa de distribuição de água é dinâmico e os dados variam de acordo com as condições climáticas e meteorológicas, inclusão e suspensão de municípios e colapso de mananciais”, disse o ministro Jungmann.

Operação Carro-Pipa

Para ser incluído na Operação Carro-Pipa é necessário formalizar a intenção junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC) do Ministério da Integração Nacional (MI). Se constatada do atendimento, a Secretaria encaminha pedido ao Comando de operações Terrestre (COTER) que, por sua vez, repassa ao CMNE. Porém, é feita a verificação “in loco” das informações para fins de inclusão, suspensão ou exclusão no programa.

O Programa Emergencial de Distribuição de Água Potável através de carros-pipa foi atribuído ao Exército pela primeira vez em agosto de 1998 mediante convênio formalizado entre a SUDENE e o Exército por meio do CMNE. A partir de então, em todos os anos consecutivos, a Força Terrestre teve como missão planejar, coordenar, controlar e fiscalizar a busca, o transporte, a desinfecção e a distribuição de água potável por intermédio da contratação de pipeiros.

Atualmente, o programa no semiárido brasileiro é denominado Operação Carro-Pipa, regulada pela Portaria Interministerial nº 1/MI/MD, de 25 de julho de 2012, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 26 de julho de 2012. Posteriormente a portaria foi modificada.

Nela ficou estabelecido que a operação é um programa do governo federal, fruto de mútua cooperação técnica e financeira entre os Ministérios da Integração Nacional (MI) e o Ministério da Defesa (MD), para a realização de ações complementares de apoio às atividades de distribuição emergencial de água potável, prioritariamente às populações rurais atingidas por estiagem e seca na região do semiárido nordestino e região norte dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Com isso, a Operação Carro-Pipa vem alterando positivamente a realidade daqueles que realmente necessitam da água potável e sentem na pele as agruras da estiagem prolongada no semiárido brasileiro. Antes desta operação, milhões de sertanejos tinham que caminhar quilômetros para captar uma lata de água, muitas vezes barrenta e de péssima qualidade. Às vezes, disputando-a com animais da região. Hoje o programa retém a população rural em suas terras, conforme afirmação dos próprios beneficiários, e precisam caminhar no máximo 500 metros para dispor de água tratada e de boa qualidade para beber e cozinhar.

 

 

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter