Stephen Kanitz
@StephenKanitz
Preparem Se Para Ficarem 20% Mais Pobres
E se você pertence à classe média, prepare-se para algo ainda pior: perder até 30% do seu patrimônio nos próximos 10 anos.
Você vai aprender a sobreviver com menos. Todos se adaptam.
Mas atenção: o que você não pode ter, de forma alguma, é uma dívida de longo prazo, cinco anos ou mais. Porque simplesmente não terá como pagar.
E perderá seu carro, seu imóvel, seu chão.
A família brasileira nunca esteve tão endividada: hoje, as dívidas representam 78% da renda, contra apenas 11% em 2002, quando Lula assumiu o poder.
Naquela época, havia pouco crédito e juros mais baixos. Lula ouviu os “desenvolvimentistas” que nada mais fizeram um truque contábil com data de validade.
Não foi a renda que cresceu nesses 23 anos, foi a dívida familiar que explodiu.
O que pareceu ser uma ascensão econômica era, na verdade, um aumento induzido do fluxo de caixa das famílias, uma ilusão financiada a juros altos.
E pior: o incentivo foi para que o brasileiro comprasse bens novos e tributados, não produtos usados mais baratos.
Por quê? Porque isso gera mais arrecadação para o governo.
Meus dois primeiros carros foram usados, custaram um terço do preço, sem impostos nem juros.
Até o sonho da casa própria virou armadilha.
Prometeram uma “casinha novinha”, porque “construção civil gera emprego”.
Mas o que gerou mesmo foi uma dívida de 20 anos que vai te perseguir até a aposentadoria, que você receberá a metade e olhe lá.
O padrão de vida do brasileiro não melhorou e pior agora dívida terá de ser paga, e o PIB cairá até o endividamento voltar ao que era.
O que aumentou foi o fluxo de caixa temporário. Agora, de 2025 a 2035, a conta chega.
O patrimônio real das famílias não cresceu. Foram as dívidas.
É assustador como engenheiros do ITA e da Poli, administradores da FGV e do INSPER, advogados da USP, pessoas supostamente bem formadas, pagaram 28% de seus salários ao INSS por 40 anos, e nunca sequer checaram se o dinheiro estava sendo investido.
A resposta: não está, sumiu.
O dinheiro era torrado ano após ano.
E nenhum jornalista econômico, nenhuma Miriam Leitão da vida, denunciou aquele que talvez seja o maior escândalo da nossa história: 44 trilhões de reais evaporaram, e ninguém noticiou.
Não foi o povo o culpado. Foi a classe média alienada, distraída com seus carnês e crediários, que permitiu que 44 trilhões deixassem de ser investidos para fazer o país crescer.
E agora, acham que com um calote dessa magnitude os aposentados continuarão consumindo como sempre? Que o PIB seguirá crescendo?
Anotem, se você concordar vão te chamar de pessimista. Vão dizer que “com crescimento tudo se resolve”.
Mas a verdade é que crescimento financiado com dívida impagável é só uma bolha à espera de um estouro.
