Batalha por Bakhmut está longe de terminar, diz chefe do Wagner

(RFI) O combate pelo controle da localidade ucraniana de Bakhmut, há meses palco de combates ferozes, não está perto de terminar, apesar dos avanços russos — afirmou o diretor do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Situada ao leste do território, Bakhmut tem sido alvo de uma das mais longas ofensivas russas no país desde o começo da operação, há quase um ano.

Especialistas consideram que a posição não é estratégica, mas adquiriu valor simbólico e político. Além disso, fica na região industrial de Donetsk, sobre a qual Moscou pretender ter total controle.

“Bakhmut não será tomada amanhã, porque há uma forte resistência, bombardeios, um moedor de carne em funcionamento”, disse ele, referindo-se às consideráveis perdas no campo de batalha.

“Não vamos comemorar ainda”, declarou Prigozhin.

Wagner recrutou milhares de presos para lutarem na Ucrânia e lidera a ofensiva em Bakhmut desde o verão (hemisfério norte). Recentemente, conseguiu ocupar posições próximas para tentar cercar a cidade.

Prigozhin também reconheceu nesta terça-feira (14) ser o criador de uma “fábrica de trolls”, pagos para realizar campanhas na Internet.

O empresário russo admitiu que é o fundador da Agência de Pesquisa na Internet (IRA, na sigla em inglês), em São Petersburgo, batizada pela imprensa russa como “fábrica de trolls”.

Os funcionários desta entidade são acusados de lançarem campanhas de desinformação na Internet a serviço do Kremlin.

EUA concede contratos de R$ 2,7 bilhões em munições para a Ucrânia

O Exército dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (14), que concedeu 522 milhões de dólares (R$ 2,7 bilhões) em pedidos a duas companhias para fabricar munições de artilharia de 155 mm para a Ucrânia.

Os pedidos, oficialmente decididos em 30 de janeiro, foram para as empresas Northrop Grumman Systems Corp. e Global Military Products Inc. e acontecem em meio às preocupações de que a Ucrânia estaria ficando rapidamente sem munições de projéteis de artilharia dos Estados Unidos e de outros aliados.

As entregas de novas munições estão programadas para começar em março deste ano, informou o Exército americano em um comunicado.

O contrato é financiado pela Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, do Pentágono.

Ucrânia e Rússia dispararam entre si imensas quantidades de munição de artilharia desde que a invasão russa teve início há quase um ano.

Em novembro, um funcionário americano disse que as forças russas estavam disparando cerca de 20.000 projéteis de artilharia por dia.

A capacidade da Ucrânia estava entre 4.000 e 7.000 rodadas de projéteis por dia, mais rápido que o ritmo no qual os fabricantes ocidentais aliados podem produzi-los.

Essa capacidade caiu desde então, no momento em que o inverno se instalou e ambas as partes enfrentam uma escassez e tentam conservar munições.

“A guerra na Ucrânia está consumindo uma enorme quantidade de munição, e esgotando as reservas aliadas”, garantiu o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na segunda-feira.

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