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Rússia fortalece Frota Báltica em meio a tensões com a Otan, diz mídia

A Rússia está atualizando consideravelmente o poder de fogo de sua Frota Báltica com o acréscimo de navios de guerra armados com mísseis de longo alcance para se contrapor aos reforços da OTAN na região, afirmou a mídia russa nesta quarta-feira.

Não houve confirmação oficial de Moscou, mas as reportagens irão aumentar as tensões no mar Báltico, já acentuadas desde que a Rússia anexou a região da Crimeia em 2014, e causar alarme particularmente na Polônia e na Lituânia, que fazem fronteira com uma base russa no local.

A mobilização relatada ocorre no momento em que a OTAN planeja sua maior escalada militar nas fronteiras russas desde a Guerra Fria para refrear uma possível agressão de Moscou.

O jornal russo Izvestia citou uma fonte militar segundo a qual os dois primeiros de cinco navios, o Serpukhov e o Zeleny Dol, já entraram nas águas do Báltico e em breve irão integrar uma divisão recém-formada em Kaliningrado, um encrave da Rússia na Europa entre a Polônia e a Lituânia.

Outra fonte a par da situação disse à agência de notícias Interfax que as duas embarcações de guerra irão se juntar à Frota Báltica nos próximos dias.

"Com o aparecimento de dois navios de mísseis pequenos armados com os mísseis de cruzeiro Kalibr, o alcance potencial de alvos da Frota será ampliado significativamente no palco militar do norte europeu", disse a fonte à Interfax.

O Ministério da Defesa russo, que no começo do mês afirmou que os dois barcos estavam a caminho do mar Mediterrâneo, não respondeu a um pedido de comentário, mas os militares suecos e da OTAN confirmaram que os navios de guerra entraram no Báltico.

OTAN pressiona Espanha por oferecer apoio aos navios militares russos¹

A OTAN está indignada com o desejo da Espanha de prestar apoio ao grupo naval russo que se dirige para o mar Mediterrâneo para reforçar o grupo de tropas russas na Síria, informou o jornal britânico The Telegraph.

A mídia espanhola afirmou que os oito navios russos que compõem o grupo naval do porta-aviões russo Admiral Kuznetsov deviam ser abastecidos de combustível, água doce e produtos alimentares no porto de Ceuta, um enclave espanhol na África do Norte.

Os navios russos fazem escalas frequentes neste porto. Segundo o jornal britânico, desde 2010, quando em Ceuta foi aberta uma base naval para apoio a navios estrangeiros, cerca de 60 navios de guerra russos fizeram escala no porto espanhol.

Entretanto, é do conhecimento geral que o Admiral Kuznetsov e os navios de escolta e manutenção se dirigem para o Mediterrâneo. A liderança da OTAN está preocupada com este passo da Espanha.

O secretário-geral da Aliança Jens Stoltenberg disse que qualquer país pode decidir de forma independente se abastece ou não navios de determinados países.

"Expressei-me de forma clara antes e agora repito minhas palavras de preocupação. Penso que todos os países da OTAN sabem que o grupo de combate pode ser usado para realizar ataques aéreos contra a cidade síria de Aleppo", declarou Stoltenberg. O The Telegraph continua dizendo que o ex-primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, também não apoiou a iniciativa da Espanha: "Na semana passada, a Espanha assinou a declaração da União Europeia sobre crimes de guerra da Rússia em Aleppo e hoje ajuda a reabastecer a frota que está a caminho de realizar mais atrocidades. Como é possível?"

 

 

Madri, que está sofrendo uma crescente pressão política, disse que irá estudar os pedidos da Rússia para o abastecimento de seus navios de forma individual e irá reconsiderar o último pedido de entrada dos navios russos em Ceuta. Foi dito que se tomará a decisão final somente depois de se saber o destino e os objetivos da viagem do grupo naval russo.

Segundo os últimos dados, a Rússia retirou o pedido feito às autoridades espanholas. O jornal El Mundo afirmou que os navios já passaram ao largo de Ceuta sem fazer escala e continuam sua viagem. A embaixada russa na Espanha confirmou estas informações.

¹com agência Sputnik

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