Brasil torna-se em 5 anos um grande importador de armas, aponta instituto sueco

Brasil, Índia e Paquistão aumentaram consideravelmente suas importações de armas nos últimos cinco anos, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira (17) pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri). O mercado mundial de armamentos cresceu 14% no mesmo período.

Paquistão, Índia, China, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita formam o Top-5 dos países que mais importam armamentos no mundo. Os maiores exportadores são Estados Unidos (29% do mercado mundial), Rússia (27%), Alemanha (7%), China (6%) e França (5%). Por trás dessas exportações, segundo o texto do relatório sueco, existe uma "vontade de influenciar a política".

O Brasil está aumentando suas importações de armas, e no período de 2009-2013, encomendou quatro submarinos à França e 2.044 veículos blindados à Itália. O governo brasileiro também decidiu comprar 36 caças de combate Gripen da Suécia, informa o documento do Sipri.

As importações indianas de armas convencionais de grande porte cresceram 111% entre os períodos de 2004-2008 para 2009-2013, de acordo com o Sipri. No mesmo lapso de tempo, o vizinho Paquistão, que protagoniza uma corrida armamentista com o governo indiano, expandiu em 119% suas compras de material bélico.

China se especializa em armas de grande porte

A China estabeleceu-se como um fornecedor de armas de grande porte, no mesmo nível que a Alemanha e a França, e conseguiu convencer a Turquia, membro da OTAN, a escolher seus sistemas de defesa aérea.

O relatório do Sipri afirma que o fornecimento de armas chinesas, russas e norte-americanas para o sul da Ásia é motivado por considerações tanto econômicas como políticas. Siemon Wezeman, pesquisador do Sipri, diz que China e Estados Unidos "parecem usar as entregas de armas para a
Ásia para reforçar a sua influência na região".

Rússia, grande exportadora

Os cinco maiores fabricantes mundiais de armas (Estados Unidos, Rússia, Alemanha, China e França) totalizaram 74% do volume global das exportações, sendo que Estados Unidos e Rússia, juntos, respondem por 56%.

"A Rússia tem mantido elevados níveis de exportação de armas, apesar da crise de sua indústria de armamentos, no período posterior à Guerra Fria", diz Siemon Wezeman. Em 2009-2013, a Rússia entregou armas pesadas a 52 Estados.

Moscou abocanhou 75% das vendas à Índia no ano passado, incluindo um novíssimo porta-aviões, enquanto os Estados Unidos ficaram com apenas 7% da fatia do mercado indiano. A China foi o maior provedor de armas do Paquistão, com 54%, seguida pelos Estados Unidos (27%).

Europa reduz compra de armamentos

O relatório também aponta que o fluxo de armas aumentou de modo ostensivo, entre 2008 e 2013, para a África, América, Ásia e Oceania. Em compensação, caiu drasticamente na Europa, com um recuo de 25% nas importações.

As importações dos países do Golfo Pérsico tiveram uma alta de 23% em ambos os períodos, enquanto os países do Oriente Médio importaram um volume de armas 52% maior em todo o seu conjunto. de 2008 para 2013, a Arábia Saudita saltou do 18° lugar (no primeiro período) para o 5° lugar no ranking dos maiores importadores mundiais de armamentos.

Na África, Sudão e Uganda, dois países envolvidos em vários conflitos, representaram respectivamente 17% e 16% das importações de armas da África Subsahariana.

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