Empresas aéreas tentam cortar custos na pista


SCOTT MCCARTNEY,
de Frankfurt


Aviões queimam muito combustível ao usar seus motores para se movimentar entre os terminais e as pistas, o que aumenta a emissão de poluentes e os custos de abastecimento e manutenção. Por isso, o setor aéreo está tentando desenvolver alternativas movidas a energia elétrica, tanto dentro quanto fora do avião.

Um rebocador elétrico que pode ser controlado pelo piloto de dentro da cabine está sendo testado pela Lufthansa, que espera começar a usá-lo em voos regulares em 2014. Batizado de TaxiBot, ele desliza sob a roda dianteira do avião e reboca a aeronave, dirigida pelo piloto, como se o avião estivesse taxiando com seus próprios motores.

Uma empresa novata de aviação está testando uma nova roda motorizada para mover aviões em solo. E uma parceria entre as empresas aeroespaciais Honeywell e Safran testa outro sistema de rodas motorizadas para aviões menores. "Começamos a ver um grande impulso na aviação para iniciativas verdes", diz o vice-presidente da Honeywell, Brian Wenig.

OTaxiBot da Lufthansa, desenvolvido pela Israel Aerospace Industries, é bem parecido com os tratores turbinados que levam e tiram aviões dos portões de embarque. Mas o TaxiBot é um guincho robótico. Ele tem espaço para um motorista de segurança que o acopla ao avião. O motorista leva o rebocador até a roda da frente e a levanta do chão. O freio do avião passa a ser acionado também pelo rebocador, que tem seu próprio sistema de navegação. Eles conhecem o aeroporto e ajudam a guiar os aviões, desacelerando automaticamente antes de uma curva acentuada, causando menos desgaste nos freios.

O TaxiBot, que deverá custar US$ 1 milhão para modelo menor e o dobro para o modelo capaz de rebocar jumbos, funciona totalmente separado do avião. Ele não requer a instalação de motores ou equipamentos que acrescentariam peso à aeronave, gerando gasto de mais combustível.

A média de tempo que um avião taxia em Frankfurt é de 10 a 12 minutos. Gerhard Baumgarten, diretor de marketing da unidade de engenharia da Lufthansa, diz que, no caso de um superjumbo Airbus A380 taxiando por 10 minutos, o TaxiBot reduziria o consumo de combustível em 95%, uma economia líquida de cerca de 492 litros de combustível.

Dar a partida nos motores das aeronaves numa área de espera perto da pista em vez de perto do terminal de embarque também gera economia de tempo. Muitas vezes, os aviões bloqueiam saídas e portões para ligar os motores, forçando outros aviões a esperar com os motores ligados.

Segundo a Honeywell e a Safran, seu novo Sistema de Taxiamento Elétrico Verde, ou EGTS, na sigla em inglês, deve ficar pronto em 2017. Ele tem o opoio de empresas como a Airbus e a Air France e usa motores elétricos acoplados às rodas principais do trem de pouso na parte central do avião. O piloto controla esses motores para levá-lo à pista. Além de benefícios ambientais, o sistema aceleraria as decolagens, já que os jatos não teriam que esperar que rebocadores sejam desacoplados e retirados do caminho.

As empresas calculam que o EGTS reduza o consumo de combustível de aviões em 4% ao não usar motores para taxiar, o que, segundo a Honeywell pode representar uma economia de US$ 200.000 ao ano para cada avião.

A WheelTug, o principal produto da novata WheelTug PLC, é uma roda elétrica motorizada instalada na parte da frente de aviões que substitui as rodas existentes. A economia do sistema vem da redução do tempo das manobras no solo. Os aviões podem, por exemplo, usar também as portas traseiras para embarque e desembarque, já que não há emissão de fumaça dos motores.

Treze companhias aéreas — a maioria de baixo custo, como a mexicana Volaris — fizeram pedidos do WheelTug para 731 aeronaves, diz Isaiah Cox, diretor-presidente do fabricante. Ele acredita que o sistema entrará em funcionamento em 2015, se aprovado pela Agência de Aviação Federal americana, a FAA. A WheelTug oferece o sistema de graça em troca do compromisso das aéreas de pagar a ela metade do que conseguirem economizar.

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