Mandato do general Santos Cruz em missão da ONU no Congo é renovado

Decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (4) prorrogou o serviço ativo do general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz no comando da Força de Paz na Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco).

Na reserva desde novembro de 2012, Santos Cruz voltou à ativa, a pedido da ONU, para liderar a maior missão já empreendida pelo organismo internacional. Segundo dados das Nações Unidas, a Monusco conta com cerca de 20 mil homens de 18 países mobilizados para impor a paz no país africano.

Pesou na escolha do militar brasileiro a capacidade de liderança demonstrada à época em que ele atuou como force commander da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) entre 2006 e 2009.

Com orçamento anual de US$ 1,4 bilhão, a Monusco é a primeira missão da ONU a autorizar o uso da força para impor a paz.

O Congo convive há 20 anos com a instabilidade política e institucional – fruto, sobretudo, da atuação de cerca de 50 grupos armados. Os conflitos, segundo as Nações Unidas, resultou na morte de 6 milhões de congoleses.

Vitória

A atuação de Santos Cruz à frente da Brigada de Intervenção da Monusco, iniciada em maio de 2013, passou a ter grande reconhecimento internacional quando, em novembro do ano passado, suas tropas conseguiram derrotar a milícia Movimento 23 de Março (M23) – grupo armado responsável por milhares de mortes após uma insurreição de 20 meses. A mídia internacional atribuiu ao comando do militar brasileiro o êxito contra os rebeldes.

Em palestra na sede do Ministério da Defesa no primeiro semestre, Santos Cruz declarou que o alvo da Brigada de Intervenção é derrotar outros dois grupos do país que utilizam táticas terroristas: o Allied Democratic Forces (ADF) e o Democratic Forces for the Liberation of Rwanda (FDLR).

Para o militar brasileiro, cujo prazo à frente da Monusco foi prorrogado em 13 meses, o sucesso da missão envolve aspectos que vão além da intervenção armada. “A parte militar tem que ser acompanhada de uma negociação política. Existem muitos interesses”, disse.

 

 

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