O DESTINO DO RIO GRANDE DO SUL É TRÁGICO

O DESTINO DO RIO GRANDE DO SUL É TRÁGICO

 

Vitor Vieira

Blog VideVersus

O resultado das eleições de segundo turno no Rio Grande do Sul decretou que o destino do Estado é trágico. Em primeiro lugar, é preciso constatar, com todas as letras, que o PT e os petistas elegeram o tucano Eduardo Leite. Não há a menor sombra de dúvida de que o PT e os petistas reelegeram Eduardo Leite.

Isso significa uma coisa: o PT gaúcho abduziu o PSDB estadual, assim como o PT nacional abduziu o PSDB no País inteiro. O PT e os petistas são implacáveis, eles seguem à risca a velha tática comunista do "entrismo", que vem lá da década de 30 no cenário mundial.

Na década de 60, com a reunificação das correntes trotskistas com o surgimento da 4ª Internacional, isso se tornou uma prática corriqueira. Militantes trotkskistas infiltram-se em uma organização, seja um partido, um sindicato, um jornal, uma cooperativa, ou uma igreja, e a "ganham" por dentro, seja pela adesão de seus dirigentes, geralmente cooptados por meio corrupto ou não, ou seja pela simples tomada de poder interno. Neste momento, o petismo tomou conta do tucanismo no Rio Grande do Sul. não há mais barreiras entre as duas pontas do socialismo.

O cor de rosa do PSDB foi "tomado" pelo vermelho do petismo. Isso cobra um preço, e deverá ser pago. Para os tucanos, não há novidade nesta história de adesão, que viveu disfarçada até agora. Durante o governo da tucana Yeda Crusius, que foi violentamente hostilizada pelo PT durante toda a sua administração, ela não vacilou, desde o primeiro dia, em entregar naco importante do poder para o controle petista.

Ela não teve o menor problema em entregar o cofre do Tesouro estadual desde o primeiro instante de seu governo para o controle de um sujeito que havia prestado serviços ao ministro da Fazenda nacional do PT, Antonio Palloci, e para o coordenador da bancada do PT no Congresso Nacional, o então senador Aloizio Mercadante. Mais tarde, esse mesmo sujeito foi nomeado por Yeda Crusius como Secretário de Planejamento, com responsabilidade sobre a elaboração do orçamento estadual e sua execução, e finalmente entregou ao mesmo personagem a presidência do Banrisul.

Não há a menor sombra de dúvidas entre os contatos existentes entre o socialismo cor de rosa do tucanismo e o socialismo trotskista do PT gaúcho. o PT do Rio Grande do Sul surgiu da união entre sindicalismo, especialmente da esfera pública (majoritariamente entre bancários e professores estaduais), mais Igreja Católica, e a corrente trotskista.

Estes trotskistas são originários do antigo POC – Partido Operário Comunista, que teve entre seus quadros figuras como Raul Pont, Marco Aurélio Garcia, Flavio Koutzii, Luiz Paulo Pilla Vares, Miguel Rossetto, Maria Regina Pilla, Jorge Matoso, Beth Vargas, Arno Augustin, João Verle, entre outros. Estes trotskistas sempre dominaram a máquina partidária petista no Rio Grande do Sul.

Nos governos petistas na prefeitura de Porto Alegre e na administração estadual, seja nos governos de Olívio Dutra ou de Tarso Genro, sempre detiveram o controle dos órgãos estratégicos. Por exemplo, a secretaria da Fazenda, tanto em Porto Alegre quanto no Estado, sempre esteve nas mãos de trotskistas. O comando da Brigada Militar igualmente ficou com os trotskistas.

E também o controle do Banrisul. Assim como no governo de Yeda Crusius, os petistas irão reclamar agora do tucano Eduardo Leite o comando do Banrisul ou de áreas importantes da instituição bancária, e impor internamente o seu controle. Também farão a mesma coisa na Secretaria da Fazenda, não precisarão necessáriamente colocar no lugar um nome do trotskismo petista, mas exigirão o controle de um cargo estratégico, como a diretoria da despesa, ou a chave do cofre do Tesouro Estadual.

Também exigirão o controle da Brigada Militar. Já a Polícia Civil tem pouco importância é irrelevante para o trotskismo gaúcho o seu controle. O tucano Eduardo Leite, um sujeito com incrível vaidade e uma soberba sem limites, imagina que, com o fim do PSDB nacional, e de suas antigas lideranças, hoje totalmente vencidas pela idade, ele venha a ser o herdeiro dessa linha de socialismo cor de rosa.

E que, nos seus cálculos, tenha a possibilidade de se tornar o sucessor do ex-presidiário petista Lula, o qual, na melhor das hipóteses, terminará no seu mandato já com mais de 81 anos, com saúde combalida, incapaz de continuar enfrentando embates políticos. Esse é um doce delírio de socialista cor de rosa pelotense.

Nunca, jamais, um trotskista, ou mesmo um petista comumn, permitiu a quem quer que seja se projetar fora de seus quadros. Se Eduardo Leite imagina que terá facilidades do lado do governo federal petista para tratar da sufocante questão do endividamento público estadual, que estrangula o Rio Grande do Sul, ele pode ir tirando o seu cavalinho da chuva.

Os comunistas petistas foram todos criados na escola econômica desenvolvida a partir da CEPAL – Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe, montada pela ONU em Santiago do Chile, a partir de 1947. Esse escola foi comandada durante décadas pelo economista comunista argentino Raul Prebisch.

Essa escola formou lideranças socialistas cor de rosa e outras de matizes mais escuros do Brasil, como Celso Furtado, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, etc…. Essa escola mescla keynesiasmo com a tese comunista de que a América Latina e Caribe tinham economias semi feudais, na primeira metade do século 20, que precisavam passar por um crescimento capitalista, antes de avançarem para o socialismo.

Mas, como não tinham poupança interna necessária para financiar o crescimento capitalista, por serem basicamente dependentes de produção primária, o Estado deveria cumprir o papel de fomentador desse financiamento. Daí derivou o intervencionismo estatal na economia, o protecionismo, com o fechamento de fronteiras para o capital estrangeiro, para a competição capitalista do mercado.

Ou seja, criou-se um espécie de capitalismo páraestatal, em que os empresários "nacionais" são associados ao Estado. Essa era a tese principal do comunista argentino Raul Prebisch, era preciso criar sociedades capitalistas na América Latina e Caribe substituissem as importâções. Não é preciso dizer que esse tipo de pensamento econômico, político, social e cultural, que pretendia conduzir a América Latina ao desenvolvimento, condenou toda a região ao subdesenvolvimento e atraso, e jogou a região não mãos de propagadores do atraso enquanto se apresentam como "reis do social". Na verdade, são eternizadores da miséria. É esse tipo de pensamento e prática que voltará a se tornar política oficial no Rio Grande do Sul a partir de 1º dde janeiro de 2023. Não há futuro para o Estado, como a história já constatou antes.

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