Defesa – Lula pensa nomear Gleise para substituir Múcio. Militares querem outro perfil

Falta de opções pode colocar Gleise Hoffman no Ministério da Defesa substituindo José Múcio

Redação DefesaNet
28 Janeiro 2025


O Palácio do Planalto é pequeno para acomodar todos os pretendentes a alguma nomeação na futura reforma ministerial. De políticos a membros do Partido é necessário criar um cargo.

O maior problema tem sido de indicar um nome para o Ministério da Defesa, pois o atual José Múcio conseguiu equilibrar e superar os obstáculos e desconfianças surgidos com o 8JAN.

Recentemente o desgaste no confronto com o ex e atual (de facto) Chanceler e Ministro da Defesa Celso Amorim e da falta de disposição do Comandante do Exército, General Exército Tomás, de se empenhar pela efetivação do contrato da compra do obuseiro ATMOS da israelense ELBIT.

O vídeo produzido pela Marinha, que atraiu a ira do Planalto, e depois a postura do Comandante da Armada, Almirante de Esquadra Olsen.

A coluna de Lauro Jardim, de O Globo, postou a seguinte nota no site, em 27JAN2025:

  • Ao mesmo tempo os Comandantes militares comunicaram a José Múcio qual nome não gostariam de ter à frente do Ministério da Defesa, caso o ministro saia mesmo do governo. A cúpula resiste a Geraldo Alckmin no comando da pasta.
    E esse recado já foi, inclusive, repassado a Lula. Caso Múcio deixe o ministério agora, os comandantes sinalizaram a preferência de que a pasta seja comandada por um diplomata e não por um político.

Assim todos os nomes citados pelo PODER 360 (e próximos a Múcio) podem ser descartados (Ver Matéria)

Mas a intenção do PT e de Lula parece clara: colocar Gleise no comando do Ministério da Defesa.

A Indicação dos nomes de militares que circularam: General de Divisão Santos Cruz, General de Exército Pujol, ambos na reserva, e o Tenente Brigadeiro Joseli Parente Camelo, atualmente no STM, foram amplamente contestadas no meio castrense.

Assim os militares poderão ter, mesmo a contragosto, uma política à frente do MD.

Gleise Hoffmann junto com Paulo Pimenta e Mônica Valente são as principais ligações com a ala Bolivariana e Maduro. Cabe a Rui Costa e Jaques Wagner a proximidade com a ala cubana.


Com reforma ministerial no horizonte, Lula avalia nomear Gleisi em pasta no Palácio do Planalto

Jeniffer Gularte e Sérgio Roxo
 Brasília
27 Janeiro  2025
O Globo

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o chefe do Executivo tem avaliado colocar Gleisi Hoffmann na Secretaria-Geral da Presidência, pasta atualmente ocupada por Márcio Macêdo. A ida da presidente do PT ao governo também é considerada uma forma de resolver a sucessão da legenda.

Para aliados da candidatura de Edinho Silva à presidência da sigla, é fundamental que Lula encaminhe o futuro de Gleisi como parte do processo de eleição do novo comandante do PT. Auxiliares do presidente apontam que a ida de Gleisi para o governo desestimularia o surgimento de uma outra candidatura que pudesse ampliar o racha da legenda.

Lula leva em consideração, segundo interlocutores, que Gleisi tem boa relação com movimentos sociais e já demonstrou capacidade de mobilização com a esquerda e na defesa do governo. A pasta comandada por Macêdo é responsável pela interlocução com a sociedade civil.

Interlocutores do presidente entendem que Gleisi pode ser convidada a entrar no governo antes do fim do processo eleitoral da legenda, que termina em junho. Lula no entanto, tem demorado a executar trocas. Citam, por exemplo, que a saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom) estava definida por Lula desde setembro e só foi sacramentada no final de dezembro.

Neste caso, a aposta é que a mudança ocorra mais rápido e aconteça nas próximas semanas, após eleição das composições das Mesas da Câmara e do Senado, no sábado. A aliados, a presidente do PT negou que tenha sido convidada por Lula. Procurada por meio de sua assessoria, Gleisi não respondeu.

A possível chegada de Gleisi alteraria a correlação de forças no Palácio do Planalto. O núcleo mais próximo de Lula tem se reposicionado desde a saída de Paulo Pimenta e a chegada de Sidônio Palmeira à Secretaria de Comunicação Social (Secom), com fortalecimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, junto a Lula. Já Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, e Márcio Macêdo, têm atuação em áreas distintas e não são próximos.

Petistas avaliam que Macêdo tem uma atuação apagada em uma pasta que sempre teve protagonismo em governo petistas, com capacidade de articulação e de formular políticas. Nos primeiros dois mandatos de Lula, a cadeira foi ocupada por Luiz Dulci, aliado histórico e um dos fundadores do PT.

Apesar do desgaste, aliados de Macêdo apontam que Lula gostou do desempenho do ministro na elaboração do G-20 social, em novembro do ano passado. O ministro também deve organizar a participação da sociedade civil na COP 30 que ocorre em novembro.

Macêdo tem agendas marcadas com o presidente da COP30, André Côrrea de Lago, e viagem marcada para Recife onde fará entrega de políticas de juventude na Bienal Cultural da União Nacional dos Estudantes (UNE) e irá se encontrar com o prefeito João Campos. A pasta também tem discutido o planejamento estratégico do ministério para 2025.

Macêdo é um nome de confiança de Lula e afirma a interlocutores que está no ministério cumprindo uma missão para o presidente. O ministro é considerado um quadro relevante da burocracia partidária, que ganhou a confiança de Lula quando organizou as caravanas pelo país antes de o presidente ser preso em abril de 2018. Foi tesoureiro do PT e comandou as finanças da campanha de 2022, que foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurado via assessoria, ele não se manifestou.

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter