Paraguai diz a enviado da Unasul que não reconhece seus observadores

O Paraguai reiterou nessa quarta-feira a um enviado da Unasul que não reconhecerá os observadores da organização, nem lhes dará imunidade diplomática por ocasião das eleições presidenciais de 21 de abril, informou em entrevista coletiva o chanceler José Félix Fernández.

"Pediram que convidemos (oficialmente) a Unasul e que lhe demos imunidade. Não terão convite, nem imunidade", disse Fernández, ao finalizar uma entrevista com o enviado da União de Nações Sul-americanas (Unasul), o peruano Salomón Lerner, esta quarta-feira.

Diferente de visita anterior em dezembro, Fernández recebeu Lerner "a pedido das autoridades do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE)", explicou. As autoridades eleitorais "me pediram por escrito que o recebesse e o recebi", expressou.

O ministro das Relações Exteriores destacou, no entanto, que o Paraguai "é um país livre e democrático" e que a Unasul pode enviar todos os observadores que quiser. "O que não terão é convite, nem imunidades", reiterou.

Ele disse, ainda, que os países-membros do bloco sul-americano "não deram um único passo de respeito à soberania da República do Paraguai desde que tomaram a determinação" de excluir o país, em junho passado.

Sete países do bloco retiraram desde então e até agora seus embaixadores de Assunção, depois de declarar que o governo de Federico Franco foi produto de um "golpe parlamentar".

Ex-vice-presidente do Paraguai, Franco foi empossado pelo Congresso após a destituição, por um julgamento político, de Fernando Lugo, acusado de "mau desempenho de suas funções".

Fernández afirmou que a solução para a suspensão entre a maioria dos países da Unasul com o Paraguai "não vai passar sobre a dignidade deste país". Poucas horas antes, Lerner assinou um convênio com as autoridades eleitorais para a ida ao Paraguai de 24 observadores da Unasul.

"Estamos certos de que a observação da Unasul será impecável", disse o presidente da justiça eleitoral, Ramírez Zambonini, em ato público na presença do peruano, na sede do tribunal. "Viremos com um mandato muito claro, de respeito estrito à soberania do Paraguai", garantiu Lerner.

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