Presidente do Irã diz que país construirá propulsão nuclear marítima

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, ordenou nesta terça-feira que cientistas do país comecem a desenvolver sistemas para embarcações movidas a energia nuclear, em uma reação ao que classificou como uma violação cometida pelos Estados Unidos de um acordo global sobre o programa nuclear iraniano.

O anúncio representa a primeira medida iraniana concreta contra a decisão tomada pelo Congresso norte-americano no mês passado de prorrogar uma legislação que torna mais fácil para Washington readotar sanções contra Teerã.

Rouhani descreveu a tecnologia como um "propulsor nuclear para ser usado no transporte marinho", mas não explicou se isso diz respeito só a navios ou possivelmente também a submarinos. Em 2012, o Irã disse estar trabalhando em seu primeiro submarino movido a energia nuclear.

As palavras do presidente iraniano irão atiçar as tensões com os EUA, já intensificadas por comentários do presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que prometeu descartar o acordo mediante o qual o Irã concordou em conter suas atividades nucleares em troca da suspensão de sanções.

Não houve reação imediata da Agência Mundial de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena, que monitora o programa atômico iraniano.

"Os Estados Unidos não cumpriram plenamente seus compromissos com o Plano de Ação Abrangente Conjunto (o acordo nuclear)", escreveu Rouhani em uma carta publicada pela agência estatal de notícia Irna.

"Com respeito à legislação recente (do Congresso dos EUA) para prolongar a Lei de Sanções ao Irã, ordeno que a Organização de Energia Atômica do Irã… planeje o projeto e a construção de um propulsor nuclear para ser usado no transporte marinho".

Congressistas dos EUA disseram que a renovação do projeto de lei não viola o pacto nuclear firmado no ano passado, só dá a Washington o poder de retomar sanções se Teerã violá-lo.

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