A Quinta Tomada de Monte Castelo

A Quinta Tomada de Monte Castelo (*)

 
 

Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNe
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As comemorações da tomada de Monte Castelo, pelos pracinhas da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), em 21 de Fevereiro de 1945, no Front Italiano, tiveram uma comemoração com um gosto diferente na sua 69 anos após.
 
Mantida mais no âmbito do público interno e sem muitos convites para os civis ou autoridades dos governos Federal, Estaduais e Municipais. E também com pouca imprensa presente.
 
Qual a diferença das comemorações deste ano?
 
A demonstração de conjunto e presença com numeroso contingente de tropa em todas as solenidades do CMS ao CMA, passando pelo Comando Militar do Planalto.
 
Sendo a última data militar, antes de 31 de Março, na qual será comemorado os 50 Anos da Revolução de 1964, o Comando do Exército optou por fortalecer e valorizar as tradicionais festividades dos 69 Anos da Tomada de Monte Castelo.
 
Assim escapa de um confronto com o Palácio do Planalto, temeroso e quase em pânico pela possível repercussão no público civil das Festividades do Cinquentenário da Revolução pelos militares.
 
O mais difícil é de que neste período tradicionalmente de rotação de comandos e de troca de contingentes de conscritos o Exército colocou números  expressivos de contingentes de Norte a Sul.
 
Em Brasília, a cerimônia no Colégio Militar, teve a presença do ministro da Defesa Celso Amorim. Vestindo uma flamante gravata em “estilo bolivariano” o ministro além de cair na armadilha. ainda teve desventura de não ter explicações para o feroz corte no orçamento de seu ministério (4,5 Bi), assim como o ainda desconhecido e enigmático corte no PAC (7 Bi).

Embora o evento tenha sido em um local mais restrito, do que o chamado complexo Setor Militar Urbano (SMU), onde se localiza o QG do EB, o ministro Amorim não dispensou um pesado grupo de seguranças. O que temia o Senhor Ministro?
 
Assim o Exército Brasileiro  comemorou a Quinta Tomada de Monte Castelo, 69 anos após a quarta na Itália pelos bravos pracinhas da 1ª DIE.
 
A Cobra Fumou.  

* Há divergências sobre o número de tentativas mas historicamente aceita foram quatro tentativas.

 

Ordem do Dia

69 Anos Tomada Monte Castelo
 

21 de fevereiro de 1945. Passados 227  dias de sua chegada às terras italianas, e após infrutíferos  ataques contra os nazistas, que detinham vantagem  estratégica no terreno íngreme, a Força Expedicionária  Brasileira (FEB) protagonizou uma das maiores  conquistas em sua participação na 2ª Guerra Mundial: a  Tomada de Monte Castelo.
 
Essa elevação possuía grande importância tática,  que permitiria o avanço das tropas aliadas em direção à  Alemanha, e essa pressão ofensiva aceleraria a capitulação  dos Estados que compunham o Eixo. Essa batalha foi um
marco para a Campanha da FEB na Itália.
 
A rotina desses destemidos heróis vinha marcada  por combates extenuantes e adversidades causadas pelo  rigoroso inverno europeu, seu maior inimigo. Mais que as intempéries, o terreno lamacento e escarpado impedia  a utilização de meios blindados, e a batalha acabou se restringindo a ações da Infantaria, com o intenso apoio de fogo da Artilharia.
 
Todos esses fatos tornam memorável o feito dos  Pracinhas, que souberam fazer frente à agressão de  uma grande potencia militar da época, enfrentando em
inferioridade numérica e tecnológica o inimigo.
 
Monte Castelo foi mais que uma grande batalha  vencida, pois representa, ainda hoje, a força, a garra e a  coragem do povo brasileiro, na construção de paradigmas  para toda a humanidade.
 
E ao lembrar o aniversário da Tomada de Monte  Castelo, o Exército Brasileiro relembra, também, os 70  anos do desembarque da Força Expedicionária Brasileira  em solo italiano. 25 mil homens ultrapassaram o oceano  para lutar na Itália. Uma célebre e insigne participação da  Nação brasileira em busca dos ideais democráticos.
 
E precisamos manter viva essa lembrança, reverenciar  a história, rememorar os bravos heróis que deram sua  vida em favor do patriotismo. E é assim que mostramos  os valores do Soldado Brasileiro, que serviram, servem e
servirão de exemplo a todas as gerações de nosso Exército.
 
Cultuar e reverenciar aqueles que escreveram essa  memorável página de nossa história, mais que uma  homenagem, é dever de todos. Aos nossos Pracinhas, o nosso eterno reconhecimento e gratidão.

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