CC Leopard será novo monumento de Porto Alegre

Leia também: CMS – Nota Oficial Referente ao Monumento CC Leopard (Link)

Bruno Vargas
Clic Rbs
Publicado 12 Janeiro 2015


Em meio ao vaivém de carros, ônibus, motos e bicicletas da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, um veículo imóvel em um terreno quase à esquina com a Avenida Salvador França chama a atenção de quem passa pelo local desde o início desta semana. Não à toa: o modelo estacionado tem proporções nada modestas: mais de três metros de largura, sete metros de comprimento e quase três de altura. Em sua dianteira, um canhão apontando para a via completa o visual imponente.

Viatura blindada de combate produzida na Alemanha desde a década de 1960, o tanque Leopard será o mais novo monumento da Capital. O modelo 1A1, desativado após a substituição por um mais moderno, o 1A5 — uma atualização dos anos 1980, adquirida pelo Brasil em 2011 —, foi trazido de Santa Maria e servirá como homenagem ao Exército Brasileiro. A inauguração deve ocorrer em 21 de janeiro.

A instalação do modelo foi feita no começo da semana. Segundo a prefeitura, o uso do terreno foi cedido pelo prefeito José Fortunati como forma de agradecimento à doação de uma área do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, utilizada para a construção da alça de acesso ao viaduto da Bento Gonçalves. O Exército escolheu utilizar o terreno para homenagear a instituição com o tanque adquirido da Bélgica, que começou a ser utilizado no Brasil em 1997, especialmente pelas unidades blindadas de cavalaria.

— O Brasil comprou uma série deles. Também temos um no Museu Militar. Achamos que era um bom lugar para colocá-lo porque o terreno fica próximo da nossa cavalaria, e essa é uma viatura de cavalaria. Queríamos um monumento que associasse o Exército de ontem ao de hoje — explica o chefe da comunicação social do Comando Militar do Sul, coronel Luiz Augusto Cristóvão Liotti. 

Diferentemente do procedimento adotado em relação à instalação de monumentos na cidade, a homenagem não passou por avaliação da Comissão Técnica Permanente de Gerenciamento e Avaliação das Obras de Arte, Monumentos e Marcos Comemorativos da Secretaria de Cultura.

— Se há uma comissão, em princípio, qualquer pessoa que quer instalar um monumento precisaria consultá-la. Deveria haver critérios preestabelecidos para isso. Quando é autorizado caso a caso, fica perigoso — adverte o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), Roberto Py. 

Para o especialista em arte pública José Francisco Alves, apesar da falta de uma avaliação especializada, a homenagem não deve constituir um problema para a paisagem da cidade. Ele destaca que há outros locais no Brasil e mesmo no Exterior que utilizam os artefatos militares obsoletos como ícone por seu valor histórico.

— Existem elementos museológicos militares, embora não seja uma homenagem tradicional, porque representa um grupo determinado. Em Canoas, por exemplo, tem um avião militar antigo que é monumento na cidade. Às vezes, isso desagrada algumas pessoas. Tem de se observar a qualidade, a segurança do monumento e, se tiver uma comissão, seria bom passar por ela. Mas nem toda homenagem pode agradar a todos — diz. 

Segundo a assessoria de comunicação social do Comando Militar do Sul, o blindado posicionado na Avenida Ipiranga não será cercado, para facilitar o acesso do público. Fabricado para ser utilizado em missões ofensivas, o modelo exposto deverá receber, nos próximos dias, uma placa com informações técnicas.

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