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Y-20 levantou voo pela primeira vez

Anton Urinovsky


O avião chinês Y-20 levantou voo pela primeira vez. É uma séria ambição da Força Aérea da China a desenvolver a sua própria aviação militar de transporte, ramo em que o país se atrasa muito em relação aos Estados Unidos e à Rússia. Segundo comunica o jornal Renmin Ribao, o voo do Y-20 teve lugar em 26 de janeiro na província de Shensi. Ainda em dezembro de 2012 tornou-se conhecido que a China pretende ensaiar o seu primeiro avião de transporte pesado no aeródromo daquela província. Na mesma altura, apareceram primeiras fotografias da aeronave.

Atualmente, a China depende dos fornecimentos russos de modificações do Il 76 e mesmo um novo avião não pode garantir plena independência de militares chineses em relação à Rússia e a países da CEI. Na opinião de peritos militares, o avião de transporte pesado de sua própria produção é até mais importante para a Força Aérea da China do que o projeto ambicioso de caça versátil de quinta geração J 20, que efetuou o primeiro voo em 2011.

O Y-20 foi construído pela companhia aeronáutica de Xian. Segundo os dados de peritos militares, o projeto era desenvolvido a partir dos anos 90, recebendo um financiamento estatal prioritário em 2006. Passados três anos o projeto de “Transporte de 200 toneladas” foi aprovado e na mesma altura começou a ser desenvolvido seu protótipo aéreo.

A aeronave de transporte chinês tem menores dimensões em comparação com o avião de transporte americano Boeing C-17 Globemaster III. Externamente, parece com o Il 76, tem praticamente iguais gabaritos e a estrutura de asas, não dispondo contudo de uma cabine independente de navegante, causa pela qual a tripulação da máquina é reduzida para três pessoas.

As caraterísticas do Y-20 superam as do Il-76 clássico. A imprensa chinesa informa, citando fontes militares, que a carga útil máxima da nova aeronave é de 66 toneladas contra 60 do Il-76MF. O raio de alcance máximo com a carga máxima do Y-20 é de 4.400 quilômetros. Entretanto, estas caraterísticas não são oficialmente confirmadas por enquanto e a TV chinesa menciona apenas a carga útil de 60 toneladas e a velocidade de cruzeiro de 630 km/hora.

O ramo aeronáutico chinês continua a depender da Rússia. No modelo experimental do Y-20 são instalados quatro motores turborreatores D-30 desenvolvidos pelo gabinete de projeção Soloviov nos anos 60 do século passado. A China aposta no desenvolvimento de motores WS-20 de maior empuxo, mas por enquanto é desconhecido em que etapa se entra sua elaboração.

Devido a motores antiquados, o avião chinês cede por caraterísticas táticas e técnicas a aeronave de transporte russa Il-76MD-90A de última geração, que levantou voo pela primeira vez em outubro de 2012. O raio de alcance máximo do novo aparelho russo é de 5.000 km com a carga máxima, enquanto os novos motores PS 90A-76 garantem um maior rendimento e uma velocidade de 850 km/hora. Por outro lado, muitos peritos duvidam que o Y-20 fosse desenvolvido exclusivamente por chineses. A mídia norte-americana afirma abertamente que a asa para o avião chinês teria sido desenvolvida na Ucrânia pelo consórcio aeronáutico Antonov.

Se o projeto de Y-20 for bem-sucedido e novos aviões provarem as caraterísticas declaradas, a China poderá construir 300 máquinas desta classe, para formar uma frota militar estratégica de transporte, que não ceda por potencialidades às forças aéreas da Rússia e dos Estados Unidos.

Possivelmente, com testes da nova aeronave militar de transporte a China vise aumentar seu peso na disputa territorial em torno de ilhas no Mar da China Oriental. Pequim afirma que a intensificação do potencial militar não é orientada contra um determinado adversário, mas continua a aumentar ao mesmo tempo as despesas militares, que em 2012, segundo os dados do Stockholm International Peace Research Institute, SIPRI, constituíram 143 biliões de dólares. De acordo com os prognósticos de peritos europeus, este montante crescerá para 238 biliões de dolares em 2015.

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