Importância da Manutenção de 1º Escalão nas VBCOAP

2º Sgt Rodrigo Casagrande Cochlar – Monitor da Seção de Ensino e Operação de Blindados do CI Bld e S Ten Leo Machado Botelho –  Adjunto de Comando do CI Bld


Buscando a plena funcionalidade e operacionalidade das VBCOAP (Viatura Blindada de Combate Obuseiro Autopropulsado) M108 de 105 mm e VBCOAP M109 A3 de 155 mm, os GAC AP (Grupos de Artilharia de Campanha Autopropulsado) prezam pela constante e ininterrupta manutenção de suas viaturas blindadas.

A atividade visa conservar em condições de uso o material existente e é dividida por escalões de execução. Iniciase no 1º escalão, realizado no interior da Organização Militar (OM), até o 4º escalão de responsabilidade e realização dos Arsenais de Guerra ou empresas civis especializadas.

Neste contexto, cresce em importância a manutenção de 1º escalão, feita pelas guarnições das peças compostas por cabos e soldados (serventes da peça e motorista), e chefiada pelos Sargentos Chefes de Peça (CP), em intervalos regulares, conforme previsto na Ficha Guia de Manutenção das VBCOAP.


Viatura Blindada de Combate Obuseiro Autopropulsado (VBCOAP) M108 de 105 mm – Foto: Ricardo Fan / DN

Seguindo um plano de manutenção, evita-se a indisponibilidade da viatura por um longo período de tempo, devido a complexidade da pane ou desgaste, provenientes da má execução da manutenção ou até mesmo de pouca realização nos intervalos previstos. Dividese em duas partes: torre¹ e chassi².

Na torre, além de verificações visuais da carroceria, de instrumentos óticos e equipamentos de comunicação, a guarnição realiza a limpeza e lubrificação do mecanismo de giro da torre, mecanismo de elevação, parte raiada e lisa do tubo, mecanismo da culatra e eliminador de alma.

Podemos citar como exemplo o eliminador de alma existente no tubo das VBCOAP. Se manutenido incorretamente, após o disparo, a culatra abrirá para ser inserida uma nova munição e os gases voltarão em grande quantidade para o interior do blindado, podendo causar intoxicação dos militares que estiverem executando a missão de tiro.

No chassi, realiza-se a inspeção visual, verificam-se os níveis de óleo do motor e caixa de transmissão, do combustível e água do radiador, recompletando estes indicadores quando necessário.

No compartimento do motorista, observa-se por meio de um painel de instrumentos o funcionamento dos sistema de arrefecimento do motor, caixa de transmissão e acionamento do sistema elétrico da viatura.

No trem de rolamento e suspensão, parte inferior do chassi, o nível de óleo do redutor permanente, de óleo ou graxa dos cubos de rodas, o desgaste da polia motora, o desgaste ou falta de almofadas³, o aperto ou falta dos parafusos nas cunhas dos conectores, a falta de cunhas nos conectores, a tensão da lagarta, o desgaste dos pinos guias da lagarta, barra de torção quebrada e o desgaste da banda de rodagem das rodas de apoio, são as preocupações da guarnição da peça.

Estas ações por parte da guarnição são desenvolvidas antes, durante e após qualquer tipo de exercício que a viatura venha ser empregada, havendo desta forma, a mínima possibilidade da viatura sofrer algum dano e ficar indisponível.

A mentalidade e a consciência de que uma manutenção de 1º escalão bem realizada, utilizando corretamente os equipamentos disponíveis e respeitando os intervalos de execução, é o principal fator para que as VBCOAP continuem operando e sendo um meio nobre de apoio de fogo da PODEROSA Artilharia de Campanha.

Notas:

¹Plataforma giratória blindada que serve para proteger a guarnição e o armamento contra o fogo inimigo bem como as intempéries.

²Estrutura onde se agrega o motor, caixa de transmissão, suspensão e o sistema de polias que permite o blindado se deslocar.

³Peça de borracha que entra em contato como o solo.

Leia também:

Exército moderniza a avaliação de tubos de armamentos [Link]

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter