O que Esperar dos Movimentos Extremistas Pós-Pandemia

O QUE ESPERAR DOS MOVIMENTOS

EXTREMISTAS PÓS-PANDEMIA

André Luís Woloszyn

Analista de Assuntos Estratégicos

                                                          alwi.war@gmail.com

 

A insurreição interna de grupos extremistas autóctones, ideologicamente identificados e utilizando ilegalmente a força e a violência, fomentados por patrocinadores internos, são na atualidade um fenômeno mundial em crescimento e a maior ameaça as democracias ocidentais, o que especialistas classificam como terrorismo doméstico em grande número de países.

Adaptando uma definição oferecida pelo FBI, podemos considerar extremistas violentos aqueles indivíduos que operam dentro das fronteiras de seu país de origem sem nenhuma conexão ou inspiração com grupos terroristas internacionais ou outras influências externas, que buscam promover objetivos políticos ou sociais por meio de atos ilegais com o uso da força ou da violência.

As motivações para a ação de tais pessoas e grupos são diversas e complexas abrangendo questões raciais, étnicas, religiosas além de insatisfações que geram forte oposição em relação as políticas governamentais atuando contra governos e autoridades, na crença de sua incapacidade, negligência ou ilegitimidade no trato com temas econômicos, políticos e sociais. Contudo, nem todas as posições externadas, de cunho radical sem cunho ofensivo ou ameaça além do ativismo político, são consideradas ilegais uma vez que são tuteladas constitucionalmente, tidas como livre expressão do pensamento.

A forma de atuação que vem sendo objeto de análises é, basicamente, a de uma violência esporádica contra alvos aleatórios e restrita a indivíduos ou pequenas células buscando explorar atividades legais como protestos, manifestações populares, decisões acerca de políticas de governo e manifestações da imprensa quando hostil a suas crenças, para promoverem ameaças e praticarem violência com motivação ideológica e atividades criminosas, segundo avaliação do Joint Intelligence Bulletin, publicado em 13 de janeiro de 2021.

Na França, por exemplo, a atuação tem se manifestado em grandes protestos populares com atos de vandalismo, depredações a propriedade privada e assassinatos seletivos a lideranças religiosas, assim como no Reino Unido, neste último quesito. Na Alemanha, os crimes violentos motivados politicamente são o maior número de casos da violência extremista na Europa, segundo aponta o Peace Report 2020, enquanto que, nos EUA, o episódio mais marcante foi a recente invasão do Congresso estadunidense, além da questão racial.  

Seguindo esta tendência mundial o Brasil é, particularmente, um terreno fértil para o surgimento de movimentos extremistas face a problemas como a forte polarização política, alguns desarranjos institucionais que acarretam em insegurança interna e externa, explorados por determinados meios de comunicação tradicionais que acabam fomentando ainda mais as insatisfações já existentes. Todavia, não se configuram como terrorismo doméstico em razão da excludente do fator político entre suas motivações.

O status brasileiro é de uma guerra midiática travada por meio das redes sociais, o maior canal propagador de conteúdos extremistas e discriminatórios de diferentes correntes, incluindo veículos da mídia em ações de desinformação massivas destinadas a denegrir a imagem institucional de autoridades e instituições.

Por outro lado, observa-se que as medidas de mitigação adotadas para a pandemia do Covid-19 deverão contribuir em muito para aumentar as tensões e promover um maior número de ações individuais e de grupos extremistas.  

 

Nesta conjuntura, o que se pode esperar destes movimentos em perspectiva? A tendência aponta para o seu fortalecimento, de maneira geral, especialmente, no pós-pandemia, onde problemas econômicos deverão emergir com maior intensidade revelando uma crise social sem precedentes, em âmbito global, fenômeno latente que já estamos começando a observar em países com menor índice de desenvolvimento.

Um ponto importante a ser considerado é como ecoarão as ações destes movimentos na América Latina, em um futuro próximo?

 

Nota DefesaNet

Na manhã de 27 Janeiro 2021, o The Acting Secretary of Homeland Security has issued a National Terrorism Advisory System (NTAS) Bulletin.

Uma breve análise:

"A percepção é de que o Homeland Security avançou as fronteiras e indo longe demais em suas elucubrações. Provavelmente queiram se precaver de qualquer episódio contrário ao governo Biden para agir com rigor debelando resistência  ou insurgências."

Prólogo:

The Acting Secretary of Homeland Security has issued a National Terrorism Advisory System (NTAS) Bulletin due to a heightened threat environment across the United States, which DHS believes will persist in the weeks following the successful Presidential Inauguration. Information suggests that some ideologically-motivated violent extremists with objections to the exercise of governmental authority and the presidential transition, as well as other perceived grievances fueled by false narratives, could continue to mobilize to incite or commit violence.

 

Clique na imagem para abri em formato pdf.

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