BIDS – Roteiro para destruir uma Base Industrial de Defesa e Segurança

Nota DefesaNet

Esta matéria é resposta ao artigo do Estadão:

BIDS – Ministério da Economia quer fechar porta de estatais, mas Defesa resiste

O Editor

 

Nelson Düring

Editor-Chefe DefesaNet

Notícia plantada pela equipe do Ministro Guedes em sua sana de destruição da Base Industrial Estratégica Nacional de Defesa e Segurança no Estadão (Ministério da Economia quer fechar porta de estatais, mas Defesa resiste), publicado no portal Estadão,  dia 30 Março. Na pauta a crítica ao ministério da defesa por tentar manter duas empresas: Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP) e a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF).

O objetivo real é uma ação preventiva contra o movimento do Sindicato dos Metalúrgicos de São José do Campos, que esta semana (04-08 ABR), estará na  Capital Federal  para pleitear alguma ajuda para a cambaleante AVIBRAS,  de Jacaraeí/SP. Na pauta também uma inatingível “estatização“  da empresa.

A Tecnocracia Oficial  vinculada aos mais “liberais” setores do sistema financeiro nacional em associação com a estrutura burocrática-financeira internacional trabalha ativamente contra toda a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS), sem falar nos seus componentes estratégicos.

Ao presidente Jair Bolsonaro cabe fazer papel de estar refém a um insano “programa econômico liberal” contra programas desenvolvimentistas, ao longo destes 3 anos e meio, de tomar qualquer decisão efetiva em prol da base estratégica de defesa.

A Marinha luta com todas as forças para levar avante, tanto o "Programa de Desenvolvimento de Submarinos" (PROSUB) e mais ainda o Programa do “Submarino Convencional com Propulsão Nuclear”.

Para isto deslocou um dos seus melhores técnicos, o almirante Celso Mizutani Koga, para convencer a tecnocracia financeira, travestida de verde-amarelo, do Minisitério da Economia da importância estratégica da NUCLEP.

A empresa é fundametal, não somente para os programas da Marinha do Brasil, mas para TODO o Programa Nuclear Brasileiro.

Quanto à segunda empresa o ataque é mais sutil, mas não menos danoso. Juntam-se os tecnocratas do ministério da economia com a verdeira máfia gerida pelo BNDES e os bancos Estatais Caixa Federal e Banco do Brasil.

O BNDES tem trabalhado ativamente contra os interesses estratégicos industriais de defesa brasileiros. A única empresa pela qual os “limpinhos” do banco estatal envidam esforços é a EMBRAER. Inclusive bloqueando o desenvolvimento de empresas nascentes no setor aeronáutico brasileiro, como a DESAER, em benefício da própria EMBRAER.

Para o chamado “BNDES Ficha Limpa” reccomendamos a matéria e também o vídeo abaixo onde o próprio representante Sérgio Leite Schmitt Filho explicita a posição do banco estatal em Audiência Pública Conjunta com o foco: “Fortalecimento da Indústria Nacional de Defesa”, foi realizada, no dia 12 Junho 2019, na Câmara Federal.

 

O BNDES limpinho na palavra do seu representante.

A Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) é de extrema importância para as empresas que compoeem a  Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). As entidades do setor tanto a Associação Brasileira de Indústrias de Defesa e Segurança (ABIMDE) assim como Sindicado das Indústrias de Defesa (SIMDE) lutam incessantemente pelo aumento e viabilização das Garantias dde Exportação.

Uma das características do setor de defesa e segurança é de que as exportações precisam de uma carta de garantia do exportador, no valor do contrato ou parte dele, não somente pela efetiva concretização da exportação, mas de que os equipamentos e serviços adquiridos atendam a performance contratada junto ao vendedor.

Assim um jogo burocrático imposto ao Governo Federal obrigado a admitir o “Teto de Gastos” uma espada de Dâmocles sobre a gestão nacional.  

“No Ministério da Economia, por outro lado, técnicos afirmam que a solução para o mercado não passa pela manutenção da ABGF, mas pela reestruturação do modelo de concessão de garantias. O grande entrave atual é que o FGE é um fundo contábil, sob o guarda-chuva do orçamento federal. Ou seja, sua atuação está limitada ao teto de gastos, situação que fragilizou o FGE ao longo dos anos em função das restrições fiscais. Por isso, há o entendimento de que a criação de um fundo financeiro, com autonomia orçamentária, é inevitável.” Conforme matéria do portal Estadão.

A tudo isso temos uma dos maiores dramas nacionais na administração pública que é a maanipulação e verdadeiro constrangimento (diríamos chantagem?), aos gestores públicos. São três letras que tornaram-se o terror de qualquer ordenador de despesas, em especial na área de Defesa: o CPF.

As açõem empreendidas pelo Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal agindo como verdadeiros Comissários Políticos, em especial, contra os militares.

Todas as ações visam amarrar o Desenvolvimento Técnológico Indústrial Estratégico Brasileiro.

Com base nisso podemos entender esta nota plantada pelos “Guede´s Boys” onde o presidente do BNDES  Montezano é um dos maiores expoentes.

Ao alinhamento do Presidente à “Política Econômica Liberal” temos o comando do então Ministério da Defesa na gestão do Gen Walter de Souza Braga Netto, reconhecendo o brete imposto pela área econômica, propunha o discurso para que as empresas deviam ter uma linha de produção dual: militar e civil. Ou seja a área de Defesa reconhece as limitações e regras do jogo imposto.

A mudança do comando da área de Defesa e a instabilidade com a incerteza da manutenção dos comandantes das forças, só criará mais dificuldades para a cambaleante Base Industrial de Defesa Brasileira.

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