Andrêi Kisliakov
De acordo com o relato do Estado Maior General da Marinha de Guerra russa, a primeira embarcação poderá ser lançada à água já em 2023. É um dos elementos do plano de construção de Forças Armadas correspondentes às ambições da Rússia de ser uma grande potência.
No entanto, em que medida esse desafio é economicamente viável na presente conjuntura econômica do país?
Segundo uma fonte da Corporação Estatal de Construção Naval, os futuros porta-aviões terão propulsão nuclear. A versão com propulsão a diesel foi rejeitada porque consome muito combustível e precisa ser acompanhada por um navio-tanque para o reabastecimento.
Como mostra a experiência do uso do único cruzador porta-aviões russo, Admiral Kuznetsov (Almirante Kuznetsov), os problemas em termos de reabastecimento não permitem que essa embarcação seja plenamente utilizada para as missões de patrulhamento nos oceanos. Por isso, o cruzador passa a maior parte do tempo de serviço nas docas.
Mas porque a Rússia não tem porta-aviões? A resposta está na política ideológica e militar da extinta União Soviética. O governo soviético encarava esses navios como “ferramenta de agressão de países imperialistas contra toda a humanidade progressista”, dando prioridade à frota de submarinos que, em caso de conflito, deveriam ser usados para um ataque nuclear de retaliação.