Guerra Híbrida ao Exército – Investigações do Exército indicam que um ou mais militares arquitetaram roubo de 21 metralhadoras

Oficiais afirmam que decisão de impedir saída de 480 integrantes do Exército de quartel foi tomada para evitar destruição de provas

Monica Gugliano
Colunista Estadão Labirintos da Política
Escreve semanalmente

As investigações do Exército até agora já sinalizam para a hipótese de que foi um militar ou um grupo de militares de dentro do quartel que arquitetou o roubo de 21 metralhadoras. (Nota DefesaNet –  metralhadoras Browning M2 .50 e FN 7,62mm)  

Por isso que a Força mantém o aquartelamento e não deixará ninguém sair enquanto todas as investigações e possibilidades não forem esclarecidas. Oficiais disseram à coluna que a decisão de impedir a saída dos aproximadamente 480 militares – que estão incomunicáveis, sem celular e sem poder receber qualquer visita – foi tomada também para evitar qualquer tentativa de destruição de provas e eles acreditam que está próximo o esclarecimento de como aconteceu o roubo.

Não é a primeira vez que armas são furtadas de instalações militares. O que deixou os oficiais que falaram com a coluna estupefatos foi a quantidade e a dimensão das metralhadoras. “Ninguém entra em um quartel e sai com uma .50 embaixo do braço”, comentou um desses oficiais. De acordo com a descrição das Forças Armadas, a .50 pesa 38,1 quilos, sem contar outros 20 quilos do tripé que acomoda o armamento no solo. Tem 1,75 metro de comprimento e pode atingir um alvo a mais de um quilômetro de distância. As dimensões fazem com que a arma não seja portátil.

O roubo aconteceu no Arsenal de Guerra de São Paulo que fica em Barueri, uma unidade que faz toda a manutenção de equipamentos militares, projetos de engenharia e reposição de peças. As armas estavam lá para manutenção e são 13 metralhadoras de calibre .50 (antiaéreas) e oito de calibre 7,62. As armas, segundo a Força, estavam “inservíveis”- ou seja, sem utilidade no momento — e em fase de reparos.

Como funciona a metralhadora Browning M2, calibre .50
Armamento não portátil, de emprego coletivo, funcionamento automático e refrigeração a ar

Ao saber do desaparecimento o comandante do Exército, Tomás Paiva, determinou que fossem acionados todos os mecanismos possíveis para descobrir os autores do crime. Neste caso, o próprio Exército atua como Polícia Judiciária Militar, autorizada pelo juiz militar, e conduz o inquérito. Tão logo sejam descobertos os autores do roubo, o Exército prepara uma operação para recuperar o armamento. “Tudo será encontrado e recuperado”, afirmou esse oficial.

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