SU-24 da Rússia fazem manobras de “ataque simulado” perto de destróier dos EUA

Dois aviões de combate da Rússia sem armas à vista realizaram manobras de ataque simulado a um destróier de mísseis teleguiados dos Estados Unidos no Mar Báltico, disse uma autoridade norte-americana, que as descreveu como uma das interações mais agressivas da história recente.

Os militares dos EUA divulgaram nesta quarta-feira fotos e vídeo da aeronave russa Sukhoi SU-24 fazendo o que chamaram de aproximação muito baixa, "agressiva", a um destróier de mísseis guiado pelos EUA e operando no Mar Báltico nesta semana.

"Temos profundas preocupações sobre as manobras aéreas russas inseguras e pouco profissionais", disse o comando europeu das forças dos EUA em um comunicado.

Os voos repetidos dos Sukhoi SU-24 foram tão próximos que deixaram rastros na água, disse a autoridade, segundo o qual as aeronaves realizaram 11 aproximações.

Um helicóptero russo KA-27 Helix também passou sete vezes ao redor do USS Donald Cook, tirando fotos. O território russo mais próximo estava a cerca de 70 milhas náuticas, no enclave de Kaliningrado, que fica entre a Lituânia e a Polônia.

"Eles tentaram abordá-los (os caças russos) pelo rádio, mas eles não responderam", contou a autoridade, falando sob condição de anonimato e acrescentando que o destróier dos EUA estava em águas internacionais.

O incidente ocorreu no momento em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planeja seu maior acréscimo de contingente no leste da Europa desde a Guerra Fria para se contrapor ao que a aliança, e em especial os países bálticos e a Polônia, veem como uma Rússia mais agressiva.

Os três Estados bálticos, que se uniram à Otan e à União Europeia em 2004, pediram à Otan uma presença permanente de destacamentos de tropas aliadas de tamanho equivalente ao de batalhões em cada território. Um batalhão típico da Otan consiste em 300 a 800 soldados.

Moscou nega qualquer intenção de atacá-los.

A Casa Branca está ciente dos aviões russos que voaram perigosamente perto do destróier e continua preocupada com esse comportamento, disse seu porta-voz nesta quarta-feira.

"A Casa Branca está ciente do incidente", afirmou Josh Earnest aos repórteres em um informe diário à imprensa. "Este incidente… é inteiramente inconsistente com as normas profissionais de militares operando em proximidade uns dos outros em águas internacionais e no espaço aéreo internacional."

O primeiro incidente com o destróier norte-americano se deu no dia 11 de abril, quando dois caças SU-24 passaram cerca de 20 vezes perto do Donald Cook, chegando a mil metros da embarcação e a cerca de 30 metros de altitude.

Essas manobras foram seguidas por rasantes ainda mais próximos dos SU-24 no dia seguinte e também de aproximações do helicóptero russo.

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