Herói de Recife O caso do petroleiro Jaobá

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Parte do Centro e da Zona Sul do Recife já correu o risco de ser varrida do mapa por causa de um navio petroleiro atracado no porto da capital pernambucana, que carregava 1.500 toneladas de gás butano, atingido por um incêndio.

No dia 12 de maio de 1985, o prático Nelcy da Silva Campos conseguiu impedir este desastre, rebocando a embarcação chamada de Jatobá para o alto mar e evitando que a explosão ganhasse maiores proporções. Passados exatos 35 anos, a história do salvador da cidade ainda é pouco conhecida. Para lembrar o grande ato de coragem, um busto do herói foi reinaugurado, em 2015.

Era 1h30 quando um dos três tanques com gás CLG a bordo explodiu e a embarcação pegou fogo. As chamas chegaram a 20 metros de altura e o Corpo de Bombeiros não conseguiu conter o incêndio. O maior temor era que o Parque de Tancagem do Brum, localizado a 500 metros do petroleiro, fosse atingido.

Lá, estavam armazenados cerca de 150 mil metros cúbicos de produtos inflamáveis. Caso isso acontecesse, a explosão destruiria tudo em um raio de cinco quilômetros, atingindo os bairros do Recife, Santo Antônio, Boa Vista, Brasília Teimosa e Pina.

O então governador da época, Roberto Magalhães, foi acordado às pressas e orientado a deixar o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, onde morava. A memória ainda é clara para o político.

“O comandante do corpo de bombeiros me disse que um dos tanques do Jatobá explodiu. A potência havia sido tão grande que arrombou o portão de ferro do armázem A-1, onde estava atracado. A questão era arranjar um rebocador. Nelcy se prontificou”, relata.

O prático chegou ao porto às 2h. Primeiramente, ele afastou um navio norueguês que estava a 200 metros do Jatobá e que também carregava produtos inflamáveis. Depois, cortou duas das nove amarras que prendiam o petroleiro ao cais. Então, levou a embarcação para quatro milhas (cerca de oito quilômetros) da costa.

Quando voltou à terra, recebeu uma medalha. Em 2003, foi colocado um busto no Parque do Marco Zero, mas, depois, a imagem foi guardada por causa da reforma do porto e esquecida. Nelcy morreu cinco anos após o grande incêndio.

 

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