Conselho de Segurança fará reunião urgente sobre Coreia do Norte (diplomatas)

O Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião de emergência nesta quinta-feira sobre a Coreia do Norte, que lançou um míssil hipersônico, a pedido de Estados Unidos, França e Reino Unido, informaram fontes diplomáticas.

O encontro será realizado a portas fechadas, a princípio durante a manhã, informou à AFP uma fonte, que não informou se o mesmo terminará com uma declaração conjunta do Conselho de Segurança.

A demanda trilateral de Washington, Paris e Londres é a primeira marca de união entre as três capitais desde a crise que opôs a França aos Estados Unidos e ao Reino Unido no caso dos submarinos australianos.

Também é a primeira vez em muito tempo que os Estados Unidos tomam a iniciativa em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a Coreia do Norte. Este último país anunciou hoje que conduziu com sucesso o teste de um míssil hipersônico, o que poderia representar um grande avanço tecnológico.

EUA negam 'intenções hostis' contra Coreia do Norte

Os Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira (29) que não têm "nenhuma intenção hostil" em relação à Coreia do Norte, e que permanecem abertos à ideia de negociar, depois que Kim Jong Un chamou uma oferta de Washington de "não mais do que um truque mesquinho". Kim acusou o governo do presidente Joe Biden de seguir uma política hostil contra sua nação, com armas nucleares, apesar de Washington ter repetidamente se oferecido para se reunir com autoridades norte-coreanas sem pré-condições.

"Os Estados Unidos não têm nenhuma intenção hostil", afirmou um porta-voz do Departamento de Estado. "Nossa política exige um enfoque calibrado e prático, que busque uma diplomacia séria e permanente com a Coreia do Norte, a fim de obter um progresso tangível, que aumente a segurança dos Estados Unidos, dos nossos aliados e das nossas forças em campo."

"Estamos dispostos a nos reunir com a Coreia do Norte sem condições. Esperamos que aquele país responda positivamente à nossa aproximação", acrescentou o porta-voz, ressaltando que Washington apoia a "cooperação intercoreana" como ajuda à estabilidade na península. Kim expressou vontade de restabelecer as linhas de comunicação entre Norte e Sul no começo de outubro.

Coreia do Norte propõe reativar comunicações com Seul

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, disse que está disposto a reativar as linhas diretas intercoreanas no mês que vem, mas acusou os Estados Unidos de proporem conversas sem mudar sua "política hostil", relatou a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA nesta quinta-feira.

Kim fez os comentários no Parlamento simbólico do país, a Assembleia Popular Suprema, que se reuniu pelo segundo dia para debater a pauta política, econômica e social do governo. Nesta semana, a Coreia do Norte realizou o mais recente de uma série de testes de armas, lançando um míssil hipersônico nunca visto antes e se unindo a uma corrida pelos sistemas de armas avançados liderados por grandes potências militares.

O país voltou a exigir que a Coreia do Sul e os EUA descartem "dois pesos e duas medidas" quanto ao desenvolvimento de armas. Há anos, Washington e a aliada Seul tentam induzir a Coreia do Norte a abdicar de seus programas nuclear e de mísseis em troca de uma alívio das sanções.

Kim se recusa a desistir de armas que diz que seu país necessita para se defender, e em algumas ocasiões tentou minar a relação entre os dois parceiros. Em seus comentários mais recentes, ele expressou a disposição de religar as linhas diretas, mas criticou o "delírio" sul-coreano no que diz respeito ao que o vizinho classifica como provocações militares de Pyongyang. "Não temos nem o objetivo, nem motivo para provocar a Coreia do Sul e nenhuma intenção de prejudicá-la", disse Kim, de acordo com a KCNA.

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