Empresa Estratégica de Defesa vai exportar VANTs para a África

Com apoio e intermediação do Ministério da Defesa, pela primeira vez uma empresa brasileira venceu uma concorrência internacional para exportar Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT). Até o final do mês, a Flight Technologic – credenciada como empresa estratégica de Defesa – passará a fornecer à África unidades do VANT Horus FT-100, veiculo leve capaz de realizar o aerolevantamento de até quatro mil hectares por voo. O equipamento pode ser utilizado em operações especiais de busca de alvos e de suporte ao deslocamento de tropas.

O gerente do Departamento de Produtos de Defesa (Deprod) do Ministério da Defesa, coronel Hilton Grossi, afirma que essa conquista fortalece a Indústria Nacional de Defesa e comprova a importância do esforço do governo em apoiar o setor.

“O domínio dessa tecnologia é importante para o país porque mostra a nossa capacidade instalada. É mais um degrau sendo conquistado, o que estimulará essa e outras empresas a desenvolverem, no futuro, produtos ainda mais sofisticados e com grandes chances de novas exportações”, disse.

O representante de Produtos de Defesa do ministério lembrou ainda que o contrato de exportação implica em mais carga de trabalho e, consequentemente, novas contratações, já que a venda envolve ainda o apoio logístico para atender por completo a negociação.

“É o chamado efeito cascata que a indústria de defesa propicia ao país: na medida em que ela vende, pode usar parte de seu lucro no desenvolvimento de produtos ainda mais sofisticados, o que pode levar a outras exportações, gerando mais empregos”, explica Grossi.

Negociação

O coronel explica que autoridades africanas fizeram contato com o Brasil interessadas nos VANT produzidos em território nacional. Diante disso, as empresas que fazem parte da Indústria Nacional de Defesa foram apresentaram suas propostas e a Flight Tech acabou vencendo a concorrência.

“Intermediar esse contato das nossas empresas com outros países e mostrar as nossas competências é uma das atribuições do Ministério da Defesa no âmbito do esforço de incentivo à Base Industrial de Defesa”, explica. “Essa ‘propaganda’ faz com que os países identifiquem as competências e procurem as nossas empresas”, esclarece.

Além disso, o coronel explica que, nesse caso específico, o Ministério da Defesa atua ainda como facilitador dos trâmites burocráticos para assegurar que a empresa consiga cumprir os prazos estabelecidos pelo cliente estrangeiro.

Detalhes como a data de envio das primeiras unidades do VANT ou o nome do país africano que receberá as aeronaves não podem ser revelados por causa do sigilo obrigatório nesse tipo de transação.

VANT

O nome ‘Veículo Aéreo Não Tripulado’ (VANT) designa as aeronaves que voam sem a necessidade de ter um piloto a bordo para guia-las. Todos os movimentos desse tipo de veículo são controlados à distância por computador em cidades com acesso à rede de aviação comercial.

Justamente por não precisarem da presença de pessoas a bordo, os VANT podem ser utilizados com flexibilidade em operações complicadas como as realizadas em locais inóspitos ou regiões de conflito.

De acordo com o fabricante, o VANT Horus FT-100 foi projetado para operações de curto alcance que envolve busca de alvos, deslocamento, reconhecimento policial urbano e vigilância perimetral. Esse VANT também pode ser utilizado para aerolevantamento em geral.

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