TOA – Quem invadirá o Brasil para salvar a Amazônia?

Nota DefesaNet,

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 O Editor

Daniel Buarque

UOL

 

A divulgação internacional de notícias sobre aumento do desmatamento da Amazônia e a impressão externa de que o presidente Jair Bolsonaro permite a livre destruição da floresta faz com que seja apenas uma questão de tempo até que as grande potências mundiais tomem atitudes para tentar impedir a mudança climática da forma como acharem necessário, avalia o professor de relações internacionais Stephen M. Walt, da Universidade de Harvard.

Em um artigo publicado pela prestigiosa revista de diplomacia Foreign Policy, Walt questiona: "Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?".

O texto não é uma defesa de uma ação internacional contra o Brasil, entretanto, mas uma discussão sobre teorias e práticas de relações internacionais tentando entender como funcionam as pressões externas sobre a soberania de países que têm influência sobre o futuro do planeta.

"Para deixar claro: não estou recomendando esse curso de ação agora ou no futuro. Eu estou apenas apontando que o Brasil pode ser um pouco mais vulnerável à pressão do que alguns outros Estados", diz o texto.

O argumento de Walt também vai bem além de teorias da conspiração que circulam há anos sobre interesses econômicos e militares de outros países sobre o território brasileiro –e que são usados pelo governo de Bolsonaro para defender a independência da política do Brasil.

A avaliação dele foca especificamente a questão ambiental e o combate ao aquecimento global, que podem ser vistos como tema central da política internacional do futuro. A avaliação é sobre como Estados podem agir para influenciar uns aos outros em nome da proteção do planeta.

O argumento está alinhado com um outro artigo publicado na imprensa americana recentemente. Um texto publicado pela revista americana The New Republic diz que por conta da destruição da Amazônia o Brasil pode ser tratado como uma ameaça à segurança global maior do que o Irã e a China, tradicionalmente vistos como maior risco da atualidade pelos Estados Unidos.

"Um nível adequado de atenção às mudanças climáticas como uma preocupação urgente de segurança exigiria que os EUA reordenassem suas prioridades. Enquanto a China é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, devemos prestar mais atenção ao que está acontecendo em nosso hemisfério. Em particular, isso significa abordar o perigo mais imediato que estamos enfrentando de um estado que oficialmente é parceiro e do presidente aliado de Trump: o Brasil de Jair Bolsonaro e seu desmatamento acelerado na Amazônia", avalia.

Desde a eleição de Bolsonaro, a postura dele em relação ao ambiente é vista como problemática pelo resto do mundo, e têm sido constantes as declarações externas no sentido de pressionar o Brasil economicamente para que proteja a floresta.

Com uma avaliação mais detalhada do caso, o artigo de Walt começa com a descrição de um fictício cenário futuro, em 2025, quando o governo americano anuncia um ultimato para o Brasil interromper o desmatamento ou sofrerá ataques militares. Apesar de dizer que é um cenário de fantasia, Walt discute os direitos, responsabilidades e obrigações de intervenção em outros países para evitar danos irreversíveis e catastróficos ao ambiente.

O professor explica que a ação internacional muitas vezes depende da força que cada país tem. Ele indica que China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão são os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo. Esses mesmos países, entretanto, também são potências militares, que se colocam de forma mais segura diante de pressões externas.

"É isso que torna o caso brasileiro mais interessante. O Brasil está de posse de um recurso global crítico –por razões puramente históricas– e sua destruição prejudicaria muitos Estados, se não o planeta inteiro. Ao contrário de Belize ou Burundi, o que o Brasil faz pode ter um grande impacto. Mas o Brasil não é uma verdadeira grande potência, e ameaçá-lo com sanções econômicas ou mesmo com o uso da força, se ele se recusar a proteger a floresta tropical, pode ser viável", avalia.

O artigo discute como os países têm direito de proteger seus próprios interesses, mas vê como necessária a discussão sobre repercussões internacionais das ações de um Estado a fim de buscar negociações pacíficas e evitar qualquer tipo de conflito.

"Em um mundo de Estados soberanos, cada um fará o que for necessário para proteger seus interesses. Se as ações de alguns Estados estão pondo em perigo o futuro de todo o resto, a possibilidade de confrontos sérios e possivelmente de conflitos vai aumentar. Isso não torna o uso da força inevitável, mas esforços mais sustentados, enérgicos e imaginativos serão necessários para evitá-lo."

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