ELEIÇÂO 2014 – TSE tira do ar vídeo em que Malafaia associa Dilma ao EI


Fernanda Calgaro
Do G1, em Brasília

 

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin determinou nesta sexta-feira (3) que um vídeo publicado na internet pelo pastor Silas Malafaia seja retirado do ar por degradar a imagem da presidente da República Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. A decisão determina que o Google suspenda imediatamente a veiculação do vídeo.

O vídeo insinua que a petista apoiaria ações de grupos terroristas islâmicos com o objetivo de assassinar cristãos. O pastor se refere às críticas da presidente à operação dos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico na Síria. A intervenção bélica liderada por Washington resultou na morte de 70 pessoas. Dilma disse lamentar “enormemente” o fato. Depois, em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no último dia 24, reiterou a posição ao condenar o uso de intervenções militares para tentar solucionar conflitos bélicos.( Nota DefesaNet – Declaração da Presidente Dilma Rousseff na Assembléia Geral da ONU Link)

“Lamento a omissão da fala da Presidente Dilma com os assassinatos em massas de cristãos em 2013, que morreram 115 mil, e agora um grupo terrorista facínora que ‘tá’ cometendo massacres a Presidente diz que deve haver diálogo (sic)”, diz Malafaia no vídeo.



Segundo o ministro, o vídeo traz "imagens violentíssimas de verdadeiros atos de guerra praticados por supostos grupos extremistas".

Na representação, a coligação Com a Força do Povo, liderada por Dilma, sustenta que as manifestações do pastor configuram abuso do direito de liberdade e ofendem direitos fundamentais.

Em decisão individual, o ministro concluiu que, ao tentar vincular a declaração da candidata a um suposto apoio a grupos islâmicos terroristas, Malafaia degrada a imagem de Dilma e incita hostilidade entre grupos de religiões diferentes.

“Há grande distância entre o uso informativo, para fins eleitorais, de falas e discursos de pessoas, algo mais do que legítimo, e a distorção ou infidelidade proposital às palavras e ao pensamento de quem se ataca, algo ilegítimo e ilegal”, destacou o ministro no seu voto.


Nota DefesaNet

1 – Não foi possivel recuperar o texto original do despacho do ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O portal do TSE estava bloqueado para consultas.
 

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