NUCLEAR – Estados Unidos Lança novo Nuclear Posture Review

O governo do presidente Donald Trump pretende manter grande parte da política de armas nucleares da administração Barack Obama, mas adotará uma posição mais agressiva com relação à Rússia.

O país também pretende adquirir novas armas nucleares de baixa potência, em resposta ao rearmamento russo, segundo nova Nuclear Posture Review  divulgada pelo Pentágono.

Segundo anúncio de Washington, realizado na sexta-feira (02FEV2018) Moscou precisa entender que enfrentará elevados custos se ameaçar com um ataque nuclear, mesmo que limitado, na Europa.

Crescimento das capacidades militares de Rússia, China, Coreia do Norte nos últimos anos comparado com a dos Estados Unidos.

Essas novas armas, que segundo especialistas aumentam o temor de proliferação e o risco de conflito nuclear, representam uma "resposta à expansão das capacidades (nucleares) da Rússia", disse a jornalistas Greg Weaver, encarregado das capacidades estratégicas do Estado-Maior dos EUA.

Segundo o governo, a Rússia está modernizando 2 mil armas nucleares táticas, ameaçando os países europeus em suas fronteiras e ignorando suas obrigações com relação ao Tratado START para a redução do número de armas nucleares, firmado em 2010. De acordo com Weaver, o Pentágono notou a "disparidade" entre as capacidades nucleares de Rússia, EUA e Otan.

A nova política nuclear americana não prevê o aumento de armas nucleares estratégicas, uma posição que contrasta com o discurso que Trump fez um pouco antes de assumir a presidência, no qual disse que os EUA precisavam ampliar, e muito, sua capacidade nuclear. Em seu discurso de terça-feira sobre o Estado da União, o presidente mencionou a expansão nuclear, mas disse que o arsenal americano precisava ser capaz de deter atos de agressão.

O documento de 74 páginas (íntegra abaixo) menciona as ameaças de China, Coreia do Norte e Irã, avaliando que a atual situação mundial é muito mais complexa do que em 2010, quando o Pentágono publicou sua última revisão da posição nuclear.

O texto qualifica a Coreia do Norte de uma "clara e grave ameaça" para os EUA e aliados e assegura que qualquer ataque nuclear norte-coreano resultará no fim desse regime. "Não há nenhum cenário no qual o regime de Kim (Jong-un) possa usar armas nucleares e sobreviver", disse o documento.

O governo conclui que os EUA deveriam seguir os planos da administração anterior para modernizar o arsenal nuclear, que inclui novos bombardeiros, submarinos e bases de lançamento de mísseis. Também apoia a adesão aos atuais acordos de controle de armas, incluindo o novo Tratado START, que limita o arsenal de EUA e Rússia a 1.550 ogivas nucleares estratégicas cada um.

Um dos pontos interessantes desde o surgimento do "terror"Nuclear é que os confitos foram regionalizados e as potências nucleares não se confrontam diretamente.

O Novo START entrou em vigor em 5 de fevereiro de 2011 e o limite de armas determinado nele deve ser alcançado até segunda- feira. Os EUA dizem que estão cumprindo os limites desde agosto e esperam que os russos também cumpram o prazo.

A revisão nuclear do Pentágono concluiu que, apesar de o controle de armas estar avançando, fica difícil prever um maior progresso diante do que Washington considera agressões da Rússia na Ucrânia e violações dos

acordos de armas existentes.

Como Obama, Trump só considerará o uso de armas nucleares em "circunstâncias extremas", apesar de manter uma certa ambiguidade sobre o que isso realmente representa.

Provável custo da modernização da Triade (submarinos SSBN, bombardeiro B-21 e mísseis ICBM)

Rússia

2 mil armas nucleares estão sendo modernizadas pela Rússia, segundo o governo dos EUA, o que, afirma Washington, ameaça países europeus e ignora tratado de redução do arsena (ver resposta russa abaixo)

Usina Nuclear

A usina nuclear de Oyster Creek, em New Jersey, a mais antiga dos EUA, será fechada em outubro, mais de um ano antes do previsto, anunciou ontem a empresa que administra a instalação.

O Nuclear Posture Review alerta para a série de vetores não estratégicos, desenvovidos pelos russos,  capazes de levar armas nucleares

 

Rússia critica expansão nuclear de Trump

Em reação à nova política nuclear anunciada pelo Pentágono, a Rússia disse que "tomará todas as medidas necessárias" para garantir a sua segurança frente ao "caráter belicoso e antirrusso" da postura adotada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. No dia anterior, Washington divulgara um documento em que expressava a sua intenção de adquirir novas armas nucleares de menor potência, em resposta à expansão bélica de Moscou.

A Chancelaria russa declarou-se "profundamente decepcionada" com a decisão americana e definiu o documento do Pentágono como "saturado de esteriótipos antirrussos" e de "acusações loucas". Disse ainda que o comportamento agressivo interfere e viola acordos internacionais sobre o controle de armas.

Um dos temores do Pentágono é que a Rússia assuma que as suas armas de alta potência são, na maioria, grandes demais para serem, de fato, usadas – uma vez que resultariam em represálias de larga escala e eliminariam do mapa grande parte da Humanidade. Justificada pelas ameaças russas a nações aliadas e pela anexação da Crimeia, em 2014, a nova estratégia marca uma significativa mudança em relação à visão do expresidente Barack Obama, que pediu a eliminação das armas nucleares.

Os EUA já dispõem de um grande arsenal atômico, que inclui 150 armas nucleares B-61 armazenadas em vários países europeus, configuráveis para operações cujos objetivos podem ser alcançados com bombas de baixa potência. As novas armas previstas pelo Pentágono seriam lançadas de submarinos ou barcos, dispensando o armazenamento na Europa. Especialistas alertam, no entanto, que a nova política vai contra os acordos de não proliferação nuclear.

 

2018 Nuclear Posture Review Final Report by Scribd

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