MOUT – MST treina ‘exército’ para a luta no Pinheirinho, em São José dos Campos

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Excelente série de artigos publicados pelo O Vale de São José dos Campos. Um impensável movimento na região de alta tecnologia do Brasil.

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Publicado O Vale 15 Janeiro 2012

São José dos Campos

O ‘exército do Pinheirinho’ ganhou o reforço de estrategistas do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) na guerra contra a reintegração da área. Eles irão liderar um ‘exército inexperiente’ de cerca de 500 homens recrutados para o confronto.

O reforço chegou após o anúncio da reintegração de posse da área determinada pela Justiça. Na última quarta-feira, um oficial de Justiça fez a leitura da notificação, escoltado por policiais.

Desde então, os sem-teto passaram a restringir o acesso ao acampamento e isolaram uma área que passou a servir como ‘quartel-general’ para a realização de reuniões e treinamentos. Ninguém está autorizado a entrar no local.

E como estratégia da resistência, eles também estão estocando alimentos e água.

No acampamento é constante a chegada de mantimentos e carregamentos de combustível, além de equipamentos que serão utilizados na resistência como máscaras, joelheiras, cotoveleiras e coturnos com bico de ferro.

Treinamento. Diariamente, os ‘soldados’ do Pinheirinho passam por treinamento de guerrilha com noções de defesa e ataque. Mas o local é mantido sob sigilo absoluto. Já, as mulheres se dedicam a cortar e costurar escudos. Algumas afirmam que também irão enfrentar a luta armada.

Segurança. O entorno do acampamento foi cercado com lanças de bambus e o único portão de acesso ao local é mantido trancado 24 horas. Dez homens controlam a entrada e saída de moradores. Atualmente, cerca de 5.500 pessoas vivem no Pinheirinho.

Todos os acessos às ruas do acampamento foram bloqueados com trincheiras construídas com chapas de madeira, telhas, pneus e tambores.

E para dificultar ainda mais a ação da Polícia Militar, algumas vias internas foram fechadas com sofás e cadeiras. A entrada em cada um dos setores tem que ser autorizada.

Armas. Porretes de madeira com prego nas pontas, barras de ferro, facões e foices são os mais comuns.

Mas também serão utilizados espetos, enxadas, machados, pedras e estilingues. Como escudo tambores cortados, chapas de ferro e antenas de televisão. Um grupo de moradores realizaria rondas pelas ruas do acampamento durante toda a madrugada.

Eles também foram divididos em pelotões, espalhados por pontos estratégicos do acampamento.

O líder do acampamento sem-teto, Valdir Martins, o ‘Marrom’, afirma que as estratégias de defesa são necessárias para garantir a permanência das famílias no local.

“A única alternativa é a resistência. Não há plano B. Ninguém vai abandonar a sua casa para ser jogado na rua.”

De acordo com as lideranças não haverá ataque aos policiais, mas os sem-teto irão resistir à remoção. “A ordem é resistir e não atacar. Eles irão defender seus espaços”, disse um dos estrategistas.

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