Riscando Horizontes: Reflexões sobre o apoio logístico da Bda Bld nas operações básicas

“O apoio logístico da Bda Bld nas operações básicas – possibilidades e limitações de operar com os meios orgânicos SR e SL face a trafegabilidade dos eixos empregados pela GU”.

TC Fabio Heitor Lacerda Seara

Maj Maurício Wallau Vielmo
Cap Filipe Regato Basilio Soares
Cap Leonardo Rodrigues Feijão de Lima
Cap Fabiano Ferreira Litaiff

A participação da 6ª Brigada de Infantaria Blindada (6ª Bda Inf Bld) em operações exige elevada quantidade de munição e combustível devido a sua participação em manobras de grandes movimentos táticos.

Nesse sentido, a logística precisa ser capaz de manter as forças blindadas bem supridas para que consigam manter o ímpeto ofensivo e a iniciativa do combate.

Em recente artigo denominado “Riscando Horizontes: Reflexões sobre a tropa blindada brasileira”, o General de Brigada Marcelo Carvalho Ribeiro, Comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Cmt 6ª Bda Inf Bld), cita:

A logística mais elementar, a ser aportada no 1º escalão das tropas, precisa de meios de mesma mobilidade da tropa. Fornecer água, combustível, munição, e proporcionar apoio de saúde e manutenção aos elementos mais avançados de uma Força-Tarefa que se desloca através campo é um imenso desafio” (RIBEIRO, 2022).

Dessa maneira, refletindo sobre o desafio apontado, é pertinente o debate sobre os assuntos relacionados ao apoio logístico da Brigada Blindada nas operações básicas (ofensiva e defensiva) – considerando suas possibilidades e limitações de operar com os meios orgânicos sobre rodas (SR) e sobre lagartas (SL), face à trafegabilidade dos eixos empregados pela Grande Unidade (GU).

Antes disso, convém salientar que são indissociáveis do debate destacado temas de matizes doutrinárias, de preparo e emprego da tropa e de avaliação de meios (pessoal e material) do Batalhão Logístico Blindado (B Log Bld).

Assim sendo, quais seriam ações de curto e médio prazo para a solução dos desafios apresentados? Vencidas essas curtas notas explicativas, inicia-se a reflexão discorrendo acerca dos meios de armazenamento e transporte de suprimentos.

Nessa perspectiva, a discussão é fomentada pela seguinte premissa: os meios logísticos empregados necessitam possuir as características que permitam a mesma mobilidade da tropa apoiada. Conforme o Manual de Campanha EB70-MC-10.238 – Logística Militar Terrestre (BRASIL, 2018), nível operativo “é a quantidade de suprimento necessária para manter as operações no intervalo de tempo entre a chegada de duas remessas consecutivas ou entre dois pedidos”, de modo a recompletar o nível de dotação inicial.

E por que esse conceito é importante? Explica-se: entende-se que, ao iniciar uma operação, todos os níveis de estoque devem estar completos, de modo que as tropas de combate consigam iniciar as ações.

Verifica-se que as Subunidades de Comando e Apoio das Unidades que estão manobrando, atualmente, não possuem meios em números e características suficientes para garantir a própria sustentabilidade durante as jornadas iniciais de campanha, haja vista que não detêm meios capazes de estocar o suprimento de dotação inicial.

Exemplificando o acima exposto, nota-se que aqueles elementos não possuem cisternas d’água, nem cisternas de combustíveis em número suficiente. Um dos motivos que levou à insuficiência de meios está relacionado com o fato de que, com o passar do tempo, as Organizações Militares (OM) foram necessitando descarregar as viaturas reboque especializadas que armazenavam 1.000 (mil) litros d´água e não receberam outras viaturas para substituí-las.

Além das dificuldades descritas, observou-se que o B Log Bld apresentou dificuldade em completar os níveis de estoque das Unidades apoiadas durante a operação Punhos de Aço, realizada no corrente ano, no Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBISB).

Naquela oportunidade, foi montado um Módulo Logístico com a missão principal de apoiar a Força-Tarefa (FT) 1º Regimento de Carros de Combate (1º RCC), Força de 3 Prontidão (FORPRON) da 6ª Bda Inf Bld, quanto ao armazenamento, transporte e distribuição de suprimentos, principalmente, aqueles pertencentes às classes I e III (gêneros de subsistência e combustíveis).

O referido Módulo Logístico possuía 2 (duas) cisternas de água e 2 (duas) cisternas de combustível diesel. As quatro viaturas cisternas aqui citadas são viaturas com características semelhantes às utilizadas no meio civil e receberam caracterização básica inerente ao meio militar.

Assim sendo, são meios que trafegam muito bem em estradas asfaltadas, contudo não possuem tração que permita deslocamento adequado em eixos com más condições de trafegabilidade. Os assinalados meios sobre rodas também acessaram, com muita dificuldade, as instalações logísticas das Unidades que estavam manobrando, não sendo possível se deslocarem através campo.

Figura 1 – Viatura Transporte Especializado Cisterna de Combustível atolada – Fonte: 4º Batalhão Logístico
Figura 2 – Viatura Transporte Especializado  Cisterna de Combustível sendo desatolada por Viatura Blindada Especializada – Socorro – Fonte: 4º Batalhão Logístico

Para que esse tipo de situação não ocorra com as tropas blindadas brasileiras, faz-se necessária a aquisição de meios logísticos blindados que sejam capazes de acompanhar adequadamente as tropas que estão mais à frente em uma manobra.

Esses meios precisam ser capazes de acessar as proximidades das instalações logísticas das Unidades, de modo a recompletar os níveis operativos. Em artigo denominado “M548, uma alternativa para apoio logístico das classes III e V (combustíveis e munição) nas Forças Tarefas Blindadas”, publicado na página da Internet do Centro de Instrução de Blindados (C I Bld), em setembro de 2017, o Cel Ádamo Luiz Colombo da Silveira, Comandante daquele Centro à época, já alertava para a aquisição de meios blindados adaptados para entregar suprimentos logísticos aos elementos de 1º Escalão (COLOMBO, 2017).

Refletindo sobre a questão, o Cel Colombo apresentou uma solução adotada pelo Exército Chileno. Aquele país amigo adquiriu a Viatura (Vtr) M548, que possui a capacidade de transportar até 5 mil litros de combustível por vez.

Ainda de acordo com o ex-Cmt do C I Bld, verifica-se que da “análise das potencialidades, a viatura M548, mostra-se interessante para solucionar os problemas relativos à alta demanda de suprimentos CL III e V nas Forças Tarefas Blindadas” (COLOMBO, 2017).

Essas viaturas poderiam pertencer aos pelotões de suprimento da Subunidade de comando e apoio. Adiciona-se, outrossim, que também poderiam fazer parte dos módulos logísticos da FORPRON das Bda Bld. Face à problemática logística apresentada, verifica-se a necessidade de realização de estudo da viabilidade de adoção de veículo específico de suprimento para o Exército Brasileiro.

Figura 3 – M548 – especializado no transporte de combustível – Fonte: Colombo (2017)
Figura 4 – M548 – especializado no transporte de combustível – Fonte: Colombo (2017)

Existe a opção em se aproveitar experiências de outros exércitos do mundo, adquirindo blindados para suprir essa demanda importante das Brigadas Blindadas, contribuindo para o fortalecimento da logística, responsável por sustentar o combate.

Outro tópico logístico que merece nossa atenção diz respeito aos meios de apoio de saúde adequados à tropa blindada. É pertinente salientar que a operacionalidade de uma tropa não se resume somente no poder de fogo, mas também na estrutura de suportes logísticos que demandam para o total funcionamento da Força Tarefa.

Sendo assim, são necessários meios logísticos que acompanhem uma viatura blindada de combate. Analisando as necessidades de uma equipe médica em operações que utilizam viaturas blindadas, é possível observar um descompasso entre o material de emprego militar (MEM) da equipe médica e o dos elementos de manobra empregados.

Diante disso, algumas OM da 6ª Bda Inf Bld, reconhecendo a falta do MEM mais adequado, transformaram algumas Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) M113 em “ambulâncias adaptadas”, visando atender parcialmente às necessidades dos Pelotões ou Seções de Saúde, uma vez que as ambulâncias sobre rodas eram incapazes de acompanhar os carros de combate sobre lagartas em terrenos onde não há estradas (GUERRERO, 2019).

Sabendo da dificuldade das equipes de saúde em acompanhar as manobras, um protótipo foi aperfeiçoado e desenvolvido em Curitiba/PR por meio de parceria entre o 20º Batalhão de Infantaria Blindada (20º BIB) e o Parque Regional de Manutenção 5 (Pq R MNT/5), adaptando-se a Viatura Blindada Especial (VBE) M577 para tornar-se um blindado ambulância.

Figura 5 – VBE M577 Ambulância – Fonte: EPEx. O primeiro M577 versão ambulância (protótipo) do

Exército Brasileiro (Pgr OCOP).

As viaturas M577 derivam da VBTP M113 A2 e possuem layout interno adaptado de 4,90 metros de comprimento, teto bem mais alto, medindo 2,70 metros de altura, o que permite acomodar melhor os militares internamente, ideal para ser transformado em ambulância. Tal modificação não é novidade no mundo militar, pois o próprio Exército Americano utilizou o M577 como viatura ambulância na guerra do Vietnã. 7 Desse modo, a VBE M577 Ambulância apresenta-se como possível solução para atender às necessidades das equipes de saúde das Brigadas Blindadas.

Outro tópico merecedor de discussão repousa na evacuação de não-combatentes (Ev N Cmb). Com efeito, no mundo atual, caracterizado pelas presenças de estrangeiros em praticamente todos os Estados e de um ordenamento massivo de tratados internacionais sobre, dentre outros, direitos humanos, tudo isso tendo como painel de fundo o combate no amplo espectro, é impossível se cogitar a realização de operações militares sem encarar frontalmente esse tema.

De acordo com o Manual do Ministério da Defesa sobre Operações de Evacuação Não Combatentes (MD33-M-08) (BRASIL, 2013), as ações em comento são conduzidas pelo Ministério da Defesa (MD), mediante solicitação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) ao Presidente da República, para Ev N Cmb, preferencialmente brasileiros, fora do território nacional, cujas vidas estejam em perigo, de seus locais em um país anfitrião para um Local de Destino Seguro (LDS).

Realizada essa curta ambientação, é possível indagar, enfrentando o plano tático das Op Ev N Cmb, se o B Log Bld tem os meios necessários para prestar o apoio ao êxito dessa missão. É certo que o B Log Bld tem a missão de “proporcionar apoio logístico a todos os elementos orgânicos da GU à qual pertence. Por área, poderá apoiar outras OM não orgânicas da GU” (BRASIL, 2-1, 2022).

Ademais, o “B Log deve ter condições de apoiar a força responsável pela operação de evacuação de não-combatentes e também prover o apoio logístico aos não combatentes evacuados” (BRASIL, 7-4, 2022).

Também não é menos certo que o B Log Bld deve possuir os meios e as capacidades que permitam o apoio à GU a qual é orgânico. Ao realizar a análise do Quadro de Dotação de Material (QDM) do B Log Bld, isto é, o conjunto de MEM afeto a essa OM, e as suas respectivas missões, dentre elas, proporcionar apoio logístico a todos os elementos da Bda Bld, ter condições de apoiar outras OM por área e ter a capacidade de apoiar a força responsável por uma Op Ev N Cmb, entende-se que não existiriam meios suficientes para cumprir todas as referidas missões. Isso colocado, é hipótese possível de ser levantada a de que o B Log Bld, por si, não possui a capacidade, por carência de meios, de apoiar Op Ev N Cmb.

Efetivamente, sob a perspectiva de Op Ev N Cmb, distinguida pelo caráter incerto (BRASIL, 2013), vislumbra-se que o B Log Bld deve se valer de grande modularidade. Assim, ele necessitará da capacidade para abrir destacamentos logísticos específicos, hábeis a desempenhar ações típicas das diferentes funções logísticas, sobretudo transporte, recursos humanos e saúde, bem como se utilizar de processos especiais de suprimento, tudo com o objetivo de apoiar o(s) Centro de Controle de Evacuados (CCE) (BRASIL, 2022).

Diante do argumentado e confrontando especialmente a insuficiência de meios, qual solução que se apresentaria para que o B Log Bld consiga apoiar uma Op Ev N Cmb? Uma solução possível, se o B Log Bld efetivamente for envolvido em ação dessa natureza, seria o apoio suplementar do Gpt Log enquadrante, o qual poderia passar, em controle operativo, meios e pessoal voltados, por exemplo, à abertura de destacamentos logísticos vocacionados ao apoio de Op Ev N Cmb.

Finalmente, alcançamos, na presente discussão, ponderações relacionadas a pessoal e doutrina. Nesse ponto, é oportuno que se compare o Quadro de Cargos (QC) atual do B Log Bld com a organização prevista no manual do B Log Bld. É fato que, para que apoio logístico seja prestado de maneira efetiva, é fundamental que haja pessoal habilitado a executar as diversas atividades de responsabilidade do B Log Bld, sobretudo aquelas relacionadas às funções logísticas manutenção, suprimento, transporte e saúde.

Assim, questiona-se: a organização prevista no Manual de Campanha Batalhão Logístico (BRASIL, 2022) é compatível com o atual Quadro de Cargos (QC) do B Log Bld? Entendendo a definição de QC como “o documento que detalha os cargos que preenchem a estrutura organizacional de cada OM operativa” (BRASIL, 2015), faz-se necessário que esse documento seja compatível com a estrutura organizacional do B Log Bld prevista no Manual de Campanha Batalhão Logístico.

Este prevê, atualmente, a seguinte organização: Comando e Estado-Maior, Companhia de Comando e Apoio, Companhia de Manutenção, Companhia de Suprimento, Companhia de Transporte e Companhia de Saúde. Partindo da organização doutrinária destacada e analisando o QC atual do B Log Bld, verifica-se que a atual estrutura organizacional do batalhão possibilita o cumprimento de cumprir suas atividades e tarefas, sobretudo no que diz respeito às funções logísticas suprimento, transporte e manutenção.

Apesar disso, é oportuno estabelecer um importante alerta quanto à função logística saúde. De fato, verifica-se que não está prevista, no QC do B Log Bld, a Companhia de Saúde, com as devidas discriminações dos cargos. Atualmente, a previsão no QC é de apenas 1 (uma) Seção de Saúde, orgânica da Companhia de Comando e Apoio, estando assim constituída: Comando, Grupo de Triagem e Grupo de Evacuação.

A atual estrutura organizacional de saúde, no B Log Bld, parece insuficiente para essa OM possa cumprir suas atividades e tarefas na função logística saúde. Portanto, para que o B Log Bld tenha condições de prestar o apoio de saúde esperado, podemos sugerir a adoção das seguintes medidas: definição da estrutura organizacional com a devida discriminação dos cargos da Companhia de Saúde e a implantação efetiva dessa Subunidade nos B Log Bld, com meios capazes de prestar o apoio às tropas com essa característica.

Do que foi apresentado e discutido até este momento, podemos iniciar nossas considerações finais e, para isso, retomamos concepções construídas ao longo do texto. Entende-se que os meios de armazenamento e transporte de suprimentos precisam possuir características que permitam a mesma mobilidade da tropa apoiada.

As Subunidades de Comando e Apoio e o B Log Bld precisam deslocar os suprimentos, principalmente, munição, combustíveis e água em meios blindados, para que não fiquem retidos nos eixos de progressão e possam se deslocar através campo. Quanto aos meios e apoio de saúde, sugere-se a adoção de ambulâncias blindadas em plataformas sobre lagartas, por exemplo, adotar a VBE M577 Ambulância como meio de deslocamento a atendimento de feridos em combate. Importante observar também os meios necessários à realização de evacuação de não combatentes.

No combate moderno, que se realiza no meio do povo, o B Log Bld deve ter condições de apoiar a força responsável pela operação de evacuação de não combatentes e, também, prover o apoio logístico aos não-combatentes evacuados. Assim sendo, o B Log Bld precisa receber apoio suplementar do Grupamento Logístico (Gpt Log) enquadrante, que permitam a abertura de destacamentos logísticos vocacionados para essa finalidade.

Com relação ao QC atual, quando o comparado ao previsto no Manual de Campanha EB70-MC-10.317 – Batalhão Logístico (BRASIL, 2022), verifica-se que a atual estrutura organizacional de saúde, no B Log Bld, parece insuficiente para que a 10 OM seja capaz de cumprir suas atividades e tarefas, nessa função logística, em apoio a uma tropa blindada.

Por fim, conclui-se que são necessários novos estudos aprofundados, de modo a implementar ações de curto e médio prazo para a solução dos desafios supramencionados, para que a logística se fortaleça e possua maiores e melhores condições de sustentar as tropas blindadas no combate.

Referências:

BRASIL. Exército Brasileiro. Instruções Reguladoras do Processo de Concepção de Quadro de Organização (EB20-IR-10.004). Brasília, 2015. Disponível em: <https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/218/1/EB20-IR-10.004.pdf>. Acesso em: 20 set. 22.

_____. _____. Centro de Instrução de Blindados. M548, uma alternativa para apoio logístico das classes III e V nas Forças Tarefas Blindadas. Site do CIBld. Disponível em <http://www.cibld.eb.mil.br/index.php/periodicos/escotilha-do-comandante/360-m548, -uma-alternativa-para-o-apoio-logistico-das-classes-iii-e-v-nas-forças-tarefas-blin dadas>. Acesso em: 20 set. 22.

_____. _____. Manual de Campanha EB70-MC-10.238 – Logística Militar Terrestre. 1. ed. Brasília, 2018.

_____. _____. Manual de Campanha EB70-MC-10.317 – Batalhão Logístico. 2. ed. Brasília, 2022.

_____. Ministério da Defesa. MD 33-M-08 – Operações de Evacuação de Não Combatentes. 2. ed. Brasília, 2013. BRASILEIRO, E. O primeiro M577 versão ambulância (protótipo) do Exército Brasileiro (Prg OCOP). 08/10/2018. Notícia. Disponível em: http://www:epex:eb:mil:br /index:php/ultimas-noticias/1340-o-primeiro-m577-versao-ambulancia-prototipo-doexercit o-brasileiro. Acesso em: 20 set. 22. GUERRERO 1° T. F. M. G. Ação de Choque. CI Bld, Santa Maria, n. 17, p. 77 – 78, 2019. Acesso em: 20 set. 22.

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