A Escola de Sargentos das Armas merece Santa Maria

Juliane Müller Korb

Advogada

Diário Santa Maria

 

O mês de novembro que se aproxima traz consigo grande expectativa para três municípios brasileiros que seguem na disputa final para sediar a nova Escola de Sargentos das Armas (ESA). O Exército Brasileiro, através de um conselho constituído, deve anunciar em breve qual será a cidade vencedora.

O conselho é composto pelo comandante do Exército, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e mais 16 generais. A decisão se dará por maioria simples. Sediada, há mais de 70 anos, em Três Corações, Minas Gerais, a Escola de Sargentos das Armas forma militares especializados em operações bélicas, mas pretende ampliar a abrangência e até duplicar o número de militares formados.

Os movimentos seguem acirrados. Diversos políticos gaúchos, paranaenses e pernambucanos se revezam nas idas a Brasília, em busca de influência política na decisão. Além de Santa Maria, estão no páreo, Ponta Grossa e Recife, que se lançaram na disputa pelo investimento inicial de R$ 1,2 bilhão. Sem contar o investimento direto na estrutura, com cifra bilionária, ainda há os "soldos" (salários) dos militares, em torno de R$ 320 milhões/ano, bem como os investimentos em materiais e suprimentos.

Importante considerar que a vinda da ESA pode representar um acréscimo populacional, formando uma nova comunidade de mais de 7 mil pessoas, entre alunos, instrutores e familiares. Possuímos o terceiro maior contingente militar do país, com grande vantagem técnica na estrutura funcional de capacitação militar, o que permite reduzir o investimento inicial significativamente, se comparado as demais.

Somos referência. Santa Maria é polo educacional nacional, dispondo do Colégio Militar, temos uma ampla rede de saúde, incluindo o Hospital Geral do Exército. Nosso município reúne todas as principais armas do Exército, o que significa mais materiais para instruções, além de um grande acervo de veículos, unidades militares e os campos de instruções que garantem o apoio logístico, incluindo instrutores especializados que já se encontram na cidade, retirando o custo de deslocamento dos mesmos.

foto Diario Santa Maria

Não podemos deixar de mencionar a posição estratégica geográfica da cidade, a disposição da melhor infraestrutura de apoio à família militar. Já éramos, em 2019, a quarta cidade do país mais buscada pelos militares para fixarem residência. Ainda contamos com aeroporto de pequeno porte, que oferece voos comerciais.

É inegável, se consegue delinear com extrema facilidade as vantagens técnicas e as potencialidades que habilitam Santa Maria a ser a escolhida. Podemos perceber que se trata de um projeto comunitário. As campanhas pela vinda da escola mobilizaram diversos setores e contam com adesão massiva da comunidade. Não há como titubear. Se o critério for técnico e genuinamente de gestão, nossa cidade é infinitamente superior às concorrentes.

Ponta Grossa e Recife tiveram de fazer grandes concessões, com doações de áreas para a construção da escola e promessas milionárias de investimentos em novas estruturas. Aqui temos praticamente tudo pronto, e o que ainda não está definitivamente concluído tem indicativo e propostas reais de finalização. Santa Maria merece a Escola de Sargentos das Armas e a Escola de Sargentos das Armas merece Santa Maria.

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