Comentário Gelio Fregapani – 31 de Março – Hoje e algumas recordações – Analogias e diferenças

31 de Março – Hoje e algumas recordações – Analogias e diferenças

Os últimos meses do Governo Dilma lembraram para muitos de nós, militares, os meses que antecederam o 31 de março de 1964, com ameaças contínuas dos sindicatos apoiados por um governo comunizante, com o grevismo descontrolado fomentado pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) ligada ao governo e ao PCB, que paralisava o país numa onda infindável de greves políticas e de solidariedade que irritavam a nossa população, cuja maioria católica detestava o comunismo ateu.

Não podemos esquecer o ambiente de Guerra Fria, quando éramos aliados dos EUA, portanto, abertos à sua formidável máquina de propaganda.  A inépcia do Governo Jango e sua intenção de se apoiar nas radicais massas proletárias conduziam o País a uma insuportável anarquia com laivos revolucionários.

A anarquia começa a atingir as Forças Armadas; rebelaram Sargentos em Brasília, amotinaram-se Marinheiros, em 25 de março e as ameaças cresceram na reunião no Automóvel Clube, em 30 de março. Poucas horas depois, Minas Gerais se declarou em revolução e a pequena guarnição local do Exército, aderindo, começou a deslocar-se para o Rio de Janeiro e tudo indicava que teriam que enfrentar forças muito superiores.

E a Tropa? – A Tropa estava indignada, tal como a maioria da população. Havia pequenos núcleos de conspirações, o sentimento legalista herdado de Caxias ainda era forte, mas ninguém estava contente com o mau governo. Praticamente a adesão foi total, as poucas discordâncias foram em nome de uma pretensa legalidade, ao mau governo quase ninguém defendeu. A esquerda golpista, engasgada em sua própria propaganda, acreditou numa força que não tinha. Vivendo na ilusão não percebeu que seus desejos não eram aspirações nacionais e ao tentar impô-los foram facilmente derrotados em todos os campos.

Depois de derrotada, a esquerda anunciou estar disposta a conciliação, proclamando ser a única honesta visando tornar-se palatável às massas. Assim eles procuraram democraticamente assumir o poder e conseguiram, mais pelo repúdio da nação à política entreguista de FHC do que pelo seu discurso populista, entretanto, ganhou algum apoio interrompendo parcialmente a desnacionalização em curso, mas uma vez instalados no Planalto, aparelharam a máquina estatal, inchando-a e ocupando-a com seus sequazes, criando uma teia abrangente que degenerou em roubalheira descarada e roubaram, roubaram muito, como nunca se vira antes em qualquer lugar.

Em pouco tempo nenhum empreendimento era possível sem gordas propinas aos funcionários petistas ou ao partido que as vezes as dividia com os aliados. A isto tudo se somava ao esquerdismo infantil, certamente menos descarado do que o de Jango em 1963, mas ainda ameaçador com o MST elevado a “exército” de Stédile.

A população estava naturalmente indignada com a roubalheira, mas provavelmente foi o viez esquerdizante que provocou de início a reação. As grandes corrupções existentes desde algum tempo, só gradualmente vieram a público, ao mesmo tempo em que se evidenciou a inépcia do Judiciário, especialmente do STF, cujos membros nomeados por critérios políticos, até na ausência notória de saber jurídico e de carência de senso moral, evidenciado na proteção dada aos piores crimes de colarinho branco.

A situação se deteriora. Com o mau exemplo dos escalões superiores da política e com a falência da justiça, causada em parte pela permissividade da Constituição, a impunidade se estendeu da cúpula até as camadas mais baixas e a falta de segurança desperta desejo de mudança na população em geral, ao mesmo tempo em que a desnacionalização dos recursos nacionais promovida pelo presidente substituto irrita os nacionalistas e inquieta a tropa.

É certo que a nação está tensa e a população pede a intervenção das Forças Armadas, mas a situação é diferente das vésperas da revolução de 64. Naquela época o principal perigo era o comunismo internacional em tempos de Guerra Fria e agora o esquerdismo minguou no mundo e mesmo aqui começa a tomar consciência que não é a aspiração popular que procura aparentar pois o que o povo deseja mesmo é a punição dos corruptos e que eles são os mais notórios.

Que as pessoas comuns desejam segurança ou ao menos que possam se defender, coisa que eles, os esquerdistas, sempre procuraram impedir. Que eles, os comunistas não são desejados e mesmo nunca foram. Que o povo quer é o fim da impunidade e para isto só acredita nas Forças Armadas que devem ser fortes para se ter um País forte e altivo.

O esquerdismo internacional está morto ou moribundo, embora atentas ao brancaleônico exército do MST, pois o que inquieta as Forças Armadas é a impunidade, a corrupção, a desnacionalização promovida pelo atual Governo e a falta de segurança pública. Só o que impede ou retarda uma intervenção moralizadora é a proximidade da eleição, onde o País mostrará realmente o que quer.

Que a ressurreição de Nosso Senhor prenuncie a ressurreição do nosso Brasil.

Gelio Fregapani      

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