Rio – Estratégia para levar armas

O DIA

Os tumultos e o ataque à Força de Pacificação no Complexo do Alemão, no início do mês, podem ter sido uma estratégia de traficantes do Comando Vermelho (CV) para desviar a atenção dos militares e retirar armas enterradas nas favelas antes da ocupação pelo Exército, em novembro passado.

A informação chegou ao Setor de Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública e aponta detalhes como ‘endereço’ e características do esconderijo do armamento. Dias após o ataque, o general do Exército Adriano Pereira Júnior, do Comando Militar doLeste (CML), declarou que havia indícios de que as confusões foram orquestradas pelo tráfico. Segundo fontes do Setor de Inteligência, enquanto o policiamento era reforçado na Estrada do Itararé, bandidos desenterravam armas escondidas em galões azuis na Rua 29, na Vila Cruzeiro, e em pontos da Chatuba.

Uma denúncia de que parte do armamento estaria sendo levada para a Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, com autorização de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, de 35 anos, também está sendo investigada. Em 30 de novembro do ano passado, policiais da 9ª DP (Catete) apreenderam sete fuzis e uma pistola embalados em sacos plásticos dentro de tonéis de plástico enterrados a dois metros de profundidade, no Morro da Fazendinha.

Na época, o delegado Alan Luxardo, atualmente titular da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNit/ SG), explicou que a técnica usada pelos traficantes do Alemão para esconder drogas e armas era a mesma utilizada por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Tumultos, protestos e tiroteio O primeiro tumulto entre moradores e militares ocorreu dia 4.

Soldados tentavam abordar suspeitos que se esconderam em bar, onde pessoas assistiam a jogo de futebol, e foram surpreendidos pela reação de moradores contra a ação. No dia seguinte,moradores realizaram um protesto ateando fogo em caixotes de madeira e interditando a Avenida Itaoca por 40 minutos. No dia 6, integrantes da Força de Pacificação foram alvos de um ataque de traficantes que se posicionaram nos morros do Adeus e da Baiana e efetuaram diversos disparos contra a Força de Pacificação.

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