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GHL – Terceiro ato do MPL é marcado por confronto com a PM; dez pessoas foram detidas

Nota DefesaNet

Nossos leitores podem estranhar que coloquemos a matéria sobre a terceira manifestação do MPL (Movimento Passe Livre) , em 2020, na seção Guerra Híbrida Latina e não  em RIOTS.

As manifestações que ocorrem agora estão dentro de um contexto de busca de desestabilização continenal, o efeito Chile.

Acompanhem com atenção a matéria e suas repercussões.

O Editor


Marco Antônio Carvalho
Estadão
16 de janeiro de 2020 |  23h08


SÃO PAULO – Dez pessoas foram detidas nesta quinta-feira, 16, em ato do Movimento Passe Livre (MPL) no centro da cidade, na região da Praça da República. A manifestação foi marcada por confronto com a polícia, que disparou balas de borracha e usou bombas de efeito moral contra os manifestantes. Os acessos à estação República do metrô foram fechados. A PM não informou o motivo das detenções.

Alegando as condições de trânsito e os alagamentos na cidade, a Polícia Militar impediu a passeata, que sairia do Teatro Municipal em direção à Avenida Paulista. Um mediador da corporação informou ao grupo de dezenas de pessoas que eles poderiam se concentrar em frente ao Teatro, mas que não deveriam sair dali.

Três pessoas foram detidas em ato do Movimento Passe Livre no centro de São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Sustentando que o trajeto já havia sido apresentado previamente e o direito à manifestação, o grupo se esquivou da barreira montada por dezenas de policiais e seguiu do Teatro até a Praça da República. No caminho, os policiais voltaram a tentar impedir a passeata, o que causou confusão na altura da Avenida São João.

O ato seguiu até a Praça da República, onde encontrou reforço policial composto por agentes do Batalhão de Ações Especiais (Baep). Foi o terceiro protesto do MPL deste ano contra a alta da tarifa do transporte público, que desde 1º de janeiro passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. Eles criticam o aumento e pedem melhoria na prestação do serviço à população.

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Por volta de 20h, a PM voltou a usar bombas e dispersou um grupo que estava na Avenida Ipiranga. Houve correria pelas ruas adjacentes, como a Rua Barão de Itapetininga, onde estabelecimentos foram fechados às pressas. Em meio à confusão, uma agência bancária foi depredada na rua Sete de Abril. Logo depois, o ato se dispersou.

As detenções dos manifestantes aconteceram quando o movimento já tinha perdido parte da adesão e restavam poucas dezenas de pessoas posicionadas na Avenida Ipiranga. As primeiras prisões foram de mulheres que compunham a linha de frente e seguravam uma faixa do grupo. Ao tentar acompanhá-las e prestar apoio, outra mulher foi puxada pelo cabelo e também detida.

Depois das prisões, manifestantes atiraram pedras em direção aos policiais, que responderam com bombas e balas de borracha.
 
O fotógrafo da Ponte Jornalismo Daniel Arroyo relatou pelas redes sociais do veículo que levou três chutes de um policial militar enquanto cobria a manifestação. “Dá para perceber que estou trabalhando, estou com credencial, câmera na mão, capacete. Tomei três chutes da tropa militar”, disse.

Em redes sociais, pessoas que participavam do ato postaram vídeos mostrando a repressão policial.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que a Polícia Militar agiu para garantir o direito à livre expressão e a segurança de todos. A pasta disse que uma policial ficou ferida no protesto desta quinta. As detenções ocorreram contra oito adultos e dois adolescentes por desacato e lesão corporal. Os casos foram encaminhados para o 2º DP (Bom Retiro). A polícia está ouvindo o grupo na delegacia para registrar o ocorrência.

 

 


O Estado questionou a secretaria sobre a restrição ao deslocamento previsto pela manifestação, mas essa pergunta não foi respondida.

Na concentração do ato, a integrante do MPL Gabriela Dantas afirmou que o MPL deve continuar fazendo outros protestos. "Vamos ficar firmes, não vamos sair da rua. Não vamos baixar a cabeça diante da repressão", afirmou. O grupo anunciou que fará um novo ato contra o aumento das tarifas no dia 21, terça-feira da semana que vem. Os outros dois protestos terminaram em confusão na semana passada quando o grupo chegou a estações de metrô.

Agência bancária foi depredada em meio ao protesto Foto: Marco Antônio Carvalho/Estadão

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