Profissionais de saúde realizam atendimento na Aldeia Umariaçu I, em Tabatinga, no Amazonas

Mariana Alvarenga

Levar apoio a quem mais precisa. Essa é a motivação da equipe médica das Forças Armadas na Missão Alto Solimões de assistência a comunidades indígenas. Na terça-feira (08), primeiro dia de atividade, eles realizaram 242 atendimentos na Aldeia Umariaçu I, cerca de 5km do 8º Batalhão de Infantaria de Selva (8º BIS). A operação ocorre de 7 a 14 de dezembro, em Tabatinga, no Amazonas. O município fica localizado próximo à fronteira com a Colômbia, na tríplice fronteira entre Brasil, Colombia e Peru. Na região, a etnia indígena predominante é tikuna.

A Coordenadora técnica da Missão Alto Solimões, Tenente-Coronel Enfermeira Christina Passos, do Exército, avalia como positivo o primeiro dia de atividades nas aldeias. “Foi muito bem organizado. Tivemos a oportunidade de fazer visita domiciliar e estar próximo daquele paciente que não tinha condições de vir. Dessa forma, conseguimos ajudá-los em sua própria residência. Além disso, a equipe de veterinária deu um apoio substancial”, afirmou ela.

A Tenente-Coronel Christina foi subcomandante do Hospital de Guarnição de Tabatinga. Nesse período, pôde entender um pouco mais da realidade indígena. “Conhecer o Brasil é muito importante, porque nos dá uma realidade de nacionalidade. Nos faz entender que o país tem várias culturas e formas de viver, mas nós somos uma nação única”, exprime.

A equipe de saúde das Forças Armadas se uniu aos profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) no polo base Umariaçu I, posto do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que fornece serviços básicos de saúde. Pela manhã dessa terça-feira, foi realizado, em Umariaçu I, o atendimento de indígenas de aldeias das redondezas. Para isso, a Sesai buscou, por meio terrestre e fluvial, 63 indígenas das Aldeias Belém do Solimões, Feijoal e Filadélfia. Após as consultas, eles foram levados para a Casa de Apoio a Saúde Indígena (CASAI), onde foi fornecido almoço, antes de serem transportados de volta para as comunidades. Pela tarde, o atendimento foi a moradores da própria aldeia Umariaçu I.

Parte da equipe médica percorreu a localidade para visitar pacientes que apresentavam dificuldade para dirigir-se ao polo, juntamente com Agentes Indígenas de Saúde (AIS). O Tenente Médico Rodrigo Rezende, da Força Aérea, fez esse atendimento domiciliar acompanhado do Sargento Igor Machado, técnico em enfermagem. Um dos seus pacientes foi Diomendes Gusmano Coelho, de 65 anos, hipertenso. “Ele foi removido de imediato para ser atendido por uma Unidade de Pronto Atendimento. Fiquei muito feliz com a agilidade”, disse.

O Cacique Diknei Ramos Lopes, agradeceu a presença dos profissionais de saúde na aldeia. “Estou muito satisfeito com o atendimento aqui na comunidade. Agradeço o trabalho de vocês”, disse ele. O coordenador do Polo Base Umuriaçu I, Janderson Barbosa, ressalta a importância dos profissionais das Forças Armadas. “Está sendo de extrema importância essa parceria com o Ministério da Defesa, já que temos muitas demandas limitadas aqui, como pediatria e ginecologia obstetrícia”, afirmou.

Janderson explica que, após o atendimento com os médicos militares, os pacientes continuam sendo acompanhados.

Para realizar o controle das doenças transmitidas por animais, as chamadas zoonoses, as Forças Armadas enviaram dois veterinários e um auxiliar de veterinária para a Missão. No primeiro dia de atividade, foram tratados 42 animais e, no total, 196 procedimentos veterinários.

Apoio a comunidades indígenas

As missões de apoio a comunidades indígenas ocorrem no contexto da Operação Covid-19 de enfrentamento aos efeitos do novo coronavírus. A ação evita a necessidade de deslocamento dos indígenas às cidades em busca de assistência médica.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter