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Estágio capacita mulheres para atuar em operações de paz da ONU

Formação para militares e civis acontece até 14 de maio, no Rio de Janeiro

Por Agência Marinha de Notícias – Rio de Janeiro, RJ

Começa hoje (08), a fase presencial do Estágio de Operações de Paz para Mulheres, da Marinha do Brasil (MB). As alunas passarão por instruções teóricas e operativas, até esta sexta-feira (12), no Centro de Operações de Paz de Caráter Naval (CopPazNav), do Corpo de Fuzileiros Navais. O objetivo da formação é capacitar e ampliar a atuação do público feminino em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste período, estão previstos mostruários de meios operativos de Fuzileiros Navais, palestras, além de exercícios na pista de liderança – ferramenta utilizada para o aprimoramento dessa virtude, a qual proporciona o conhecimento das capacidades e das limitações individuais e coletivas e o desenvolvimento da inteligência emocional do líder.

São mais de 60 alunas, entre militares e civis. Militares da MB, agentes da Polícia Rodoviária Federal, estudantes da Universidade Federal Fluminense e da PUC-RJ, além de representantes de outros órgãos públicos. As aulas acontecem no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, na capital fluminense, em horário integral.

Desde 2018, o CopPazNav já capacitou 291 mulheres para atuar em operações de manutenção da paz da ONU, em turmas nacionais e internacionais. Uma delas é Ana Carolina Freitas da Silva, formada em Relações Internacionais pela UFF. Ela participou do estágio em outubro de 2019. “Participar foi muito bom. Primeiro, pelas conexões que eu fiz com o corpo militar e com outras pesquisadoras em Relações Internacionais, no sentido de networking e de descobrir novas oportunidades. E segundo, obviamente, pelo conteúdo do curso, que foi muito preciso e enriquecedor, tanto do ponto de vista teórico, quanto prático. Foi uma experiência que eu guardo com muito carinho e que foi extremamente positiva para o meu currículo”, lembra. 

Uma das experiências mais marcantes para Ana Carolina foi a oportunidade de assistir a palestras de mulheres militares sobre suas experiências em missões de paz. No estágio deste ano, uma das palestrantes é a Capitão de Fragata (Quadro Técnico) Gisele dos Santos Alves. Ela foi a primeira militar das três Forças Armadas do Brasil a ser enviada para uma missão da ONU para uma função de observadora militar, há dez anos, na Costa do Marfim.

“Passados dez anos da minha designação para observadora militar na Costa do Marfim, considero que minha experiência, como mulher militar, foi um passo rumo ao desconhecido. Procurei estar preparada para todos os cenários e contei com o apoio de muitos peacekeepers [mantenedores da paz]. Entretanto, senti falta exatamente dessa conversa: da oportunidade de fazer perguntas a uma militar das Forças Armadas brasileiras com esta vivência. Ser pioneira é uma honra e uma responsabilidade. Pretendo dizer, pessoalmente, às militares e civis que hoje iniciam o Curso de Operações de Paz para Mulheres, que elas podem, cada uma a seu modo, contribuir para a paz e segurança de mulheres e meninas em todo o mundo”, diz a Capitão de Fragata (T) Gisele.

Além da Capitão de Fragata (T) Gisele, outras militares da MB também participaram de missões de paz. Uma delas é a Capitão de Fragata (T) Marcia Andrade Braga, que ganhou, em 2019, o prêmio  de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos. O feito, inédito para o Brasil, foi pela atuação enquanto membro da Missão de Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA). Em 2020, a ganhadora do prêmio foi, mais uma vez, uma militar da Marinha, a Capitão de Mar e Guerra (Cirurgiã-Dentista) Carla Marcolini Monteiro de Castro Araújo e Souza. Antes de também servir na MINUSCA, ela foi aluna da primeira turma do Estágio de Operações de Paz para Mulheres da Marinha do Brasil.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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