OTAN pede à Rússia que retire apoio a separatistas da Ucrânia

O chefe da Otan fez um apelo à Rússia nesta quarta-feira para que retire o apoio aos separatistas no leste da Ucrânia.

"Pedimos à Rússia que respeite os acordos de Minsk, que use toda sua influência sobre os separatistas para fazê-los respeitar o cessar-fogo, e que retire o apoio os separatistas", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva em Berlim.

"A Otan não busca confrontação com a Rússia. A Otan deseja um relacionamento mais construtivo e cooperativo com a Rússia. Mas para ser possível estabelecê-lo, a Rússia precisa querer também", acrescentou, após encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Combates

A recente violência ocorre depois que Rússia, Ucrânia, França e Alemanha desistiram dos planos para uma reunião de cúpula no Cazaquistão nesta semana por causa do fracasso na implementação do acordo de quatro meses de cessar-fogo.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, condenou o ataque de ônibus como um ato que "gelou o coração" e disse que as forças das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk eram culpadas.

"Estas mortes são um peso na consciência das gangues das repúblicas populares de Donetsk e Luhansk e daqueles que estão por trás deles", afirmou ele num comunicado no qual prometeu assinar um decreto na quarta-feira para enviar mais tropas à região.

Uma autoridade da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pediu controle máximo para todos os lados do conflito, que matou mais de 4.700 pessoas desde abril.

“Nas últimas 24 horas a situação se deteriorou significativamente, especialmente perto do aeroporto de Donetsk. Mais baixas entre civis têm sido relatadas”, disse o chefe da missão europeia de monitoramento na Ucrânia, Ertugrul Apakan.

A guerra entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia estourou logo depois de a Rússia anexar a península da Crimeia no ano passado, criando a pior crise nas relações entre o Leste e o Oeste desde a Guerra Fria.

Os governos ocidentais acusam a Rússia de apoiar os separatistas, o que Moscou nega.

Fotos mostraram o ônibus e os assentos perfurados de balas perto da cidade de Volnovakha. Uma grande mancha de sangue marcava a rua ao redor do veículo.

“Dez pessoas morreram e pelo menos 13 ficaram feridas”, disse um porta-voz da administração ucraniana da região. Ele disse que o ônibus, que passava com civis por um controle de fronteira do governo, foi atacado pelos rebeldes com lançadores de foguetes.

Os separatistas negaram responsabilidade e disseram que o ônibus tinha sido atacado por pequenas armas de fogo, e não por mísseis ou foguetes.

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