Ofensiva russa se intensifica na frente leste da Ucrânia e Kiev tenta mobilizar mais soldados

A situação na frente leste “piorou consideravelmente nos últimos dias”, disse neste sábado (13) o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky. O militar alerta para o avanço do Exército russo nessa região do país. Kiev tenta mobilizar mais soldados e insiste na necessidade de ajuda internacional.

(RFI) O avanço das tropas de Moscou no leste ucraniano se deve “principalmente a uma intensificação significativa da ofensiva do inimigo após as eleições presidenciais na Rússia” em meados de março, escreveu Syrsky no Telegram. O militar acrescentou que “foram tomadas decisões para reforçar a defesa nas áreas mais problemáticas”, com o apoio do sistema antiaéreo.

O Exército russo ataca atualmente posições ucranianas na zona de Lyman, Bakhmut e Pokrovsk, no leste do país, com grupos apoiados por veículos blindados”, reiterou Syrsky. O avanço de Moscou se explica, entre outras coisas, pelo “tempo quente e seco”, que favorece o acesso dos tanques a essas áreas, explicou.

Neste mesmo sábado, o Ministério da Defesa russo anunciou que os seus soldados conseguiram tomar a localidade de Pervomaisk, a sudoeste da cidade de Avdiivka, conquistada em fevereiro passado. Segundo o comandante ucraniano, as tropas de Moscou, apesar de terem sofrido algumas perdas, estão mobilizando “novas unidades blindadas” com as quais obtêm “sucessos táticos”.

Nos últimos dias, os russos aumentaram a pressão em torno de Chasiv Yar, uma cidade na frente leste que está sob “fogo constante”, segundo Kiev. A localidade fica a menos de 30 km de Kramatorsk, um importante cruzamento ferroviário e logístico, e a principal cidade da região controlada pela Ucrânia.
Superioridade técnica

“A questão da superioridade técnica do inimigo no campo das armas de alta tecnologia volta a se impor”, disse Syrsky. “Só assim seremos capazes de derrotar um inimigo maior”, insistiu o comandante ucraniano, em uma exigência implícita de mais armas aos aliados ocidentais de Kiev. Segundo ele, também é necessário “melhorar a qualidade da formação dos militares”, observou.

A Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, pede há meses aos seus aliados ocidentais mais munições e sistemas de defesa antiaérea.

Nos Estados Unidos, o Congresso de maioria republicana, tem bloqueado há meses a aprovação de um pacote de ajuda adicional de US$ 60 bilhões. “Sem apoio será difícil vencermos, ou mesmo sobreviver” como país, insistiu Volodymyr Zelensky recentemente. E “se a Ucrânia perder a guerra, outros estados serão atacados”, alertou.

Mais soldados

Outra questão importante para as autoridades de Kiev é a mobilização de mais soldados. O Parlamento ucraniano aprovou na quinta-feira (11) uma lei controversa para mobilizar mais tropas para enfrentar os ataques da Rússia, após meses de acalorados debates.

Este texto, que aumenta consideravelmente as sanções contra aqueles que resistem, causou um escândalo devido à supressão de última hora de uma cláusula que previa exceções para os militares que já cumpriram 36 meses de serviço. A decisão foi um duro golpe para os soldados que combatem há mais de dois anos.

(Com informações da AFP)

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