EUA suspendem venda de armas para Riade e caças F-35 para Emirados, diz funcionário

O governo dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a venda de um grande arsenal de armas para a Arábia Saudita e de jatos F-35 para os Emirados Árabes Unidos, a fim de realizar uma revisão mais profunda dos acordos, disseram funcionários nesta quarta-feira (27).

Um representante do Departamento de Estado consultado pela AFP assegurou que Washington "suspende temporariamente a implementação de determinadas transferências e vendas atuais de equipamento de defesa americano" para "permitir que os novos governantes as reexaminem", referindo-se ao governo do democrata Joe Biden, que assumiu o cargo em 20 de janeiro.

O funcionário explicou que a suspensão tenta garantir que "as vendas de armas dos Estados Unidos atendam aos nossos objetivos estratégicos de construir parceiros de segurança mais fortes e capazes". Trata-se de "uma medida administrativa de rotina típica da maioria das transições".

A medida, porém, impressiona, porque diz respeito, em particular, às munições de precisão prometidas à Arábia Saudita e aos caças F-35 vendidos aos Emirados Árabes Unidos em troca do reconhecimento do Estado de Israel por este país do Golfo, sob a égide de Donald Trump.

A Arábia Saudita, um aliado muito próximo dos Estados Unidos, especialmente na administração Trump, lidera uma coalizão militar em apoio ao governo do Iêmen no conflito com os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã. Os Emirados também fazem parte do grupo.

No entanto, democratas e alguns republicanos há muito denunciam o apoio americano a essa coalizão, acusada de vários incidentes e erros cometidos contra a população civil. Os democratas falharam por pouco em bloquear a venda de caças "invisíveis" F-35 para Abu Dhabi em dezembro.

O novo secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, prometeu na semana passada "acabar" com o apoio de seu país "à campanha militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen."

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