Turquia escoltará navios de ajuda humanitária com destino a Gaza

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta quinta-feira que as forças navais do seu país escoltarão os barcos turcos que levarem ajuda humanitária à Faixa de Gaza, após a negativa de Israel de se desculpar pelo ataque a um navio turco em maio de 2010.

Em entrevista ao canal Al Jazeera, Erdogan disse que navios de guerra turcos estavam autorizados a proteger as embarcações com destino a Gaza. "De agora em diante, nós não deixaremos esses navios serem atacados por Israel, como aconteceu com a flotilha da Liberdade", disse.

As relações entre Israel e Turquia têm enfrentado uma crise crescente, desde que forças israelenses entraram no navio Mavi Marmara, que estava a caminho de Gaza, e deixaram nove ativistas mortos. Israel afirmou que não iria pedir desculpas, pois suas tropas haviam agido em autodefesa. Em resposta, a Turquia cortou laços militares e expulsou o embaixador israelense de seu territótio.

Durante a entrevista, Erdogan também garantiu que seu país tem tomado medidas para prevenir a exploração unilateral dos recursos naturais no Mar Mediterrâneo por Israel. "A Turquia será firme em seu direito de controlar as águas territoriais no leste do Mediterrâneo", ressaltou.

A Turquia tem protestado contra a exploração de reservas de gás pelo governo do Chipre, porque o país não reconhece a área como território marítimo pertencente à ilha. Ao contrário, Israel fez o reconhecimento e espera encontrar fontes de gás natural ali. "Você sabe que Israel começou a declarar que tinha o direito de agir exclusivamente em áreas econômicas no Mediterrâneo", afirmou o primeiro-ministro. "Você verá que Israel não será dono desse direito, porque a Turquia, como responsável pela República Turca do Chipre do Norte, já deu os primeiros passos na região, tem tomado medidas na área, e será rápida e decisiva em obter o direito de participar do monitoramento das águas internacionais do leste do Mediterrâneo.".

Em resposta aos comentáros de Erdogan, o porta-voz do minisro de Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, afirmou a Reuters: "Essa é uma declaração que não vale a pena comentar."

Com AP, AFP e BBC

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