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Irã anuncia nova linha de produção de mísseis, diz mídia estatal

O Irã anunciou neste sábado o lançamento de uma nova linha de mísseis, informou a mídia estatal, em meio à crescente tensão entre Estados Unidos e Teerã sobre o programa de mísseis balísticos do país.

O míssil Sayyad 3 pode atingir altitude de 27 quilômetros e percorrer distância de até 120 quilômetros, disse o ministro de Defesa do Irã, Hossein Dehghan, em cerimônia de lançamento. O equipamento ainda pode atacar aviões de combate, veículos aéreos não tripulados, mísseis e helicópteros, segundo Dehghan.

Na semana passada, os EUA lançaram novas sanções econômicas ao Irã por conta do programa de mísseis balísticos, argumentando que as "atividades malignas" de Teerã no Oriente Médio abalam as "contribuições positivas" provenientes do acordo nuclear iraniano de 2015.

As medidas indicam que o governo do presidente Donald Trump busca pressionar o Irã, ao mesmo tempo em que procura manter o acordo entre Teerã e seis potências mundiais para conter o programa nuclear do país em troca da suspensão de sanções internacionais.

O governo dos EUA informou que sanções têm como alvo 18 entidades e pessoas que teriam apoiado "atividades criminosas e ilícitas iranianas".

Entre eles, há quem tenha apoiado o exército iraniano ou a Guarda Revolucionária Islâmica, desenvolvendo drones e equipamentos militares, produzindo e mantendo barcos e adquirindo componentes eletrônicos, de acordo com os EUA. E há outros que "orquestraram o roubo de programas de software dos EUA e de outros países ocidentais" vendidos ao governo iraniano, disse o Departamento do Tesouro norte-americano.

Na segunda-feira, o governo de Trump disse que o Irã estava cumprindo o pacto nuclear, mas que estava faltando com o espírito do acordo.

Foi a segunda vez que a Trump procurou checar o cumprimento iraniano do acordo desde que assumiu o cargo em janeiro, apesar de descrevê-lo como "o pior acordo de todos os tempos" durante sua campanha presidencial de 2016, criticando o então presidente Barack Obama, cuja administração negociou os termos.

Dehghan disse na cerimônia deste sábado que o recente acordo militar de 110 bilhões de dólares entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, anunciado durante a visita de Trump a Riad em maio, era uma ameaça ao Irã.

"Recentemente, testemunhamos uma imensa compra que alguns países da região pagaram como um resgate para a América e eles pretendem levar armas para a região. Essa compra foi feita com o objetivo de ameaçar o Irã", disse Dehghan de acordo com a TV estatal.

Irã e Iraque assim acordo para aumentar cooperação militar

O Irã e O Iraque assinaram um acordo no domingo para intensificar a cooperação militar e a luta contra o "terrorismo e o extremismo", informou a imprensa iraniana, em um acordo que provavelmente suscitará preocupações em Washington.

O ministro iraquiano da Defesa, Hossein Dehghan e seu homólogo iraquiano, Erfan al-Hiyali, assinaram um memorando de entendimento que também abrange segurança, logística e treinamento na fronteira, informou a agência de notícias oficial Irna.

"A extensão da cooperação e o intercâmbio de experiências na luta contra o terrorismo e o extremismo, a segurança nas fronteiras e o apoio educacional, logístico, técnico e militar estão entre as disposições deste memorando", informou a agência após a assinatura do acordo em Teerã.

Os laços Irã-Iraque melhoraram desde que Saddam Hussein, inimigo do Irã, foi derrubado em 2003 e um governo iraquiano liderado por muçulmanos xiitas chegou ao poder. O Irã é principalmente uma nação xiita.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou sua preocupação com o que ele vê como uma crescente influência iraniana em conflitos na Síria, no Iêmen e no Iraque, onde está alinhado com os combatentes xiitas.

As tensões entre o Irã e os Estados Unidos aumentaram desde a eleição de Trump, que muitas vezes acusou Teerã de apoiar grupos militantes e desestabilizar a região.

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