Entenda a Operação Escudo e Flecha das Forças de Defesa de Israel

No dia 9 de maio de 2023, o Exército Israelense iniciou uma série de ataques aéreos em resposta à Jihad Islâmica Palestina (JIP), grupo terrorista sediado na Faixa de Gaza. Os ataques aéreos lançaram a nova operação israelense Escudo e Flecha. A Operação é o resultado de tensões que escalaram entre Israel e grupos terroristas palestinos nas últimas semanas. Mais recentemente, a JIP respondeu à morte de um de seus oficiais, Khader Adnan, em 2 de maio, com uma grande barragem de foguetes e ameaças de mais violência. Desde o início da Escudo e Flecha, grupos terroristas em Gaza dispararam mais de 970 foguetes contra residências e famílias israelenses, e as Forças de Defesa de Israel responderam atacando alvos militares em Gaza.

O que é a Jihad Islâmica Palestina (JIP)?

A Jihad Islâmica Palestina é um grupo terrorista internacionalmente reconhecido. Suas principais áreas de atuação são Gaza, Cisjordânia, Líbano e Síria. Apoiada pelos regimes iraniano e sírio, a JIP é o segundo maior grupo terrorista em Gaza, depois do Hamas, que governa o território. A organização terrorista rejeita qualquer acordo de paz, uma solução de dois Estados ou qualquer resolução política para o conflito. A Jihad Islâmica Palestina clama pela destruição do Estado de Israel e é responsável pelo assassinato de civis israelenses por meio de ataques suicidas, foguetes, tiroteios, entre outros. Desde a retirada de Israel de Gaza em 2005, a JIP disparou milhares de foguetes contra Israel.

Fatos e contexto sobre a atual onda de violência:

As informações abaixo são baseadas em relatórios e notícias sobre a situação atual. Atualizaremos estas informações à medida que mais fatos e recursos estiverem disponíveis. Todas as datas e horários mencionados estão no Horário Padrão de Israel.

Dias 2-3 de maio

Grupos terroristas em Gaza lançaram 104 foguetes contra Israel. Os foguetes foram lançados em resposta à morte do membro da Jihad Islâmica Palestina, Khader Adnan, que morreu em greve de fome enquanto aguardava seu julgamento em Israel com acusações relacionadas ao terrorismo. Suas várias greves de fome no passado o tornaram símbolo de resistência para muitos palestinos.

  • Adnan foi preso em fevereiro de 2023, com outros membros da Jihad Islâmica Palestina, acusado de pertencer a uma organização terrorista, incitar violência contra civis israelenses e apoiar o terrorismo abertamente. Imediatamente após sua prisão, Adnan iniciou sua greve de fome e recusou qualquer tratamento médico. Um vídeo de 2007 mostra Adnan encorajando ataques terroristas e atentados suicidas durante um comício. No vídeo, Adnan diz: “Quem de vocês carregará o próximo cinto explosivo? Quem de vocês disparará as próximas balas? Quem de vocês terá as partes do corpo explodidas?”. Em outro vídeo de 2022, ele exaltou dois terroristas responsáveis pelo assassinato de oito israelenses.
  • Israel respondeu aos foguetes, mirando em instalações terroristas e depósitos de armas do Hamas em Gaza. Um cessar-fogo mediado pelo Egito, Catar e as Nações Unidas, entrou em vigor às 4h do dia 3 de maio. A Jihad Islâmica lançou mais foguetes duas horas após o cessar-fogo entrar em vigor, antes que seu porta-voz confirmasse o acordo.

Dia 9 de maio 

  • As Forças de Defesa de Israel lançaram a Operação Escudo e Flecha com ataques aéreos surpresa contra os líderes da Jihad Islâmica em Gaza. Os ataques aéreos mataram três comandantes do grupo terrorista; Khalil Bahtini, comandante das Brigadas al-Quds, Tareq Ezzaldin, que supervisionou a atividade terrorista em Gaza e na Cisjordânia, e Jihad Ghanem, secretário do Conselho Militar e comandante da Brigada do Sul de Gaza. As mortes foram confirmadas pelas autoridades israelenses e pelo grupo terrorista.
  • Bahtini estava supostamente liderando uma célula terrorista que foi recentemente capturada pelas forças israelenses tentando fabricar foguetes na Cisjordânia.
  • Dez civis também foram mortos nos ataques aéreos iniciais, todos membros da família ou vizinhos dos líderes da Jihad Islâmica. Essas mortes são trágicas e, embora Israel tente fazer de tudo para evitar ferir inocentes, a tarefa é extremamente difícil, pois grupos terroristas se escondem entre os civis palestinos.
  • A Jihad Islâmica Palestina e o Hamas fizeram diversas ameaças após a operação ser lançada. Um porta-voz do grupo terrorista anunciou: “A resposta palestina a este massacre hediondo e agressivo não será adiada”, enquanto o Hamas disse que os ataques aéreos seriam recebidos com uma resposta firme da resistência unificada. O Hezbollah, organização terrorista baseada no Líbano, também expressou sua “solidariedade” à JIP.
  • Antecipando-se ao lançamento de foguetes pela Jihad Islâmica e pelo Hamas, Israel ordenou que os residentes do sul do país ficassem perto de abrigos antiaéreos, suspendesse o funcionamento de escolas e fechassem praias e estradas. Abrigos antiaéreos foram abertos no centro de Israel, incluindo Tel Aviv, e alguns hospitais transferiram pacientes para áreas fortificadas.
  • Dois terroristas foram mortos em outro ataque aéreo israelense. Eles teriam sido alvejados enquanto transportavam mísseis guiados para um ataque contra Israel.
  • Em uma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, explicou que a Operação Escudo e Flecha foi planejada há vários dias, após o lançamento de foguetes por parte da JIP em 2 e 3 de maio. Netanyahu disse que as Forças de Defesa de Israel estavam preparadas para uma operação prolongada, se necessário, e que qualquer escalada da JIP ou do Hamas levaria a uma “resposta esmagadora” de Israel. O chefe de gabinete do exército israelense, Herzi Halevi, comentou sobre os esforços de Israel para evitar baixas civis, afirmando que as Forças de Defesa de Israel fazem “todos os esforços” para não prejudicar os civis em Gaza.
  • Na Cisjordânia, Israel prendeu terroristas na cidade de Nablus, causando confrontos entre as Forças de Defesa de Israel e palestinos em toda a Cisjordânia, onde as tensões seguem altas. Israel fez prisões quase todas as noites para erradicar as células terroristas e prender os responsáveis pela série de ataques terroristas mortais em abril e maio.

Dia 10 de maio

  • A força aérea israelense atingiu várias bases da Jihad Islâmica Palestina no início de 10 de maio, incluindo um local de lançamento de foguetes perto da cidade de al-Qarara. A Jihad Islâmica Palestina informou que uma pessoa morreu e outra ficou ferida.
  • A Sala de Operações Conjuntas das Facções Palestinas em Gaza, um centro de comando coordenado por vários grupos terroristas, anunciou a operação “A Vingança dos Livres”. A Operação consistirá em “dirigir um grande ataque de foguetes com centenas de foguetes para as posições inimigas”.
  • Às 13h30, a Jihad Islâmica começou a disparar foguetes de Gaza contra o sul de Israel. Os foguetes foram os primeiros disparados contra Israel desde o início da Operação Escudo e Flecha, e ocorreram depois que o Comando da Frente Interna de Israel suspendeu as restrições aos residentes no sul de Israel. A maioria dos foguetes foi interceptada pelo sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro.
  • Foguetes foram disparados desde Gaza em direção ao sul e ao centro de Israel durante a tarde, atingindo Tel Aviv e a região vizinha de Gush Dan. O sistema de defesa aérea foi implantado pela primeira vez perto de Tel Aviv.
  • Os voos do Aeroporto Internacional Ben Gurion foram brevemente suspensos no meio da tarde. Foguetes atingiram uma casa em Sderot e um jardim de infância na região de Eshkol. Nenhum ferido foi relatado em nenhum dos foguetes atingidos.
  • As Forças de defesa de Israel relataram que entre 270 e 350 foguetes foram disparados de Gaza contra Israel por volta das 16h30. Autoridades disseram que muitos dos foguetes caíram em Gaza ou no Mar Mediterrâneo, 62 foram interceptados pelo Domo de Ferro e outros caíram em áreas abertas, como em Israel. Muitos dos foguetes foram lançados de áreas civis lotadas de Gaza.
  • Israel atingiu mais de 40 locais da Jihad Islâmica em Gaza desde o início da Operação Escudo e Flecha. O porta-voz do exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, relatou que o Hamas tem se mantido fora do conflito e não disparou foguetes. O Ministério da Saúde palestino administrado pelo Hamas em Gaza informou que 21 palestinos foram mortos e 64 ficaram feridos em ataques aéreos israelenses em Gaza, muitos deles eram membros de grupos terroristas.
  • As negociações de um possível cessar-fogo, mediado pelo Egito, estavam em andamento à tarde e à noite. O jornal Haaretz relatou que o Hamas estava pronto para um cessar-fogo e trabalhando para que o Jihad Islâmica Palestina se comprometesse também. Por volta das 19h30, foi relatado que a Jihad Islâmica Palestina rejeitou um cessar-fogo, culpando Israel por continuar atacando os alvos do grupo, mas as negociações estavam em andamento.
  • A barragem de foguetes no sul de Israel continuou por várias horas durante a noite. Prédios nas cidades de Netivot, Ashkelon, Kibbutz Nir Am e Sderot foram danificados e um ferido foi relatado. Depois que as Forças de Defesa de Israel atacaram mais infraestruturas Jihad Islâmica em Gaza, o grupo terrorista respondeu com uma ameaça de continuar lançando foguetes contra Tel Aviv e ainda mais em Israel.
  • Em uma coletiva de imprensa às 21h, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse esperar que “acabemos com isso em breve, mas estamos prontos para que seja prolongado” e que “uma situação em que crianças israelenses podem ser feridas não é aceitável para mim e não vou permitir isso”. Às 21h30, as Forças de Defesa de Israel disseram que atingiram 133 locais de PIJ e, dos 469 foguetes disparados de Gaza, 107 falharam dentro de Gaza e 153 foram interceptados.
  • Às 23h30, foi relatado que as autoridades israelenses não esperavam que um cessar-fogo entrasse em vigor até a manhã de 11 de maio. Ao longo da noite, a força aérea continuou a atacar alvos da Jihad Islâmica Palestina em Gaza, enquanto o grupo terrorista lançava mais foguetes contra comunidades israelenses.

Dia 11 de maio

  • Os disparos de foguetes contra Israel continuaram durante a noite, enquanto a força aérea israelense atingiu novos alvos da Jihad Islâmica Palestina em Gaza. O chefe do programa de foguetes da JIP, Ali Hassan Muhammad Ghali, e o vice-chefe do programa, Ahmad Abu Daqqa, foram mortos nos ataques aéreos. No início da manhã de quinta-feira, o grupo terrorista divulgou um vídeo ameaçando “afogar” Israel com foguetes.
  • As negociações do cessar-fogo continuaram ao longo do dia com mediadores do Egito, Catar e das Nações Unidas. A Jihad Islâmica supostamente condicionou qualquer potencial cessar-fogo a três coisas; Israel devolver o corpo de Khader Adnan, cancelar a Marcha da Bandeira no Dia de Jerusalém e encerrar os assassinatos de líderes terroristas. Autoridades israelenses negaram relatos de um acordo de cessar-fogo.
  • O sul de Israel foi atacado com muitos foguetes na noite de quinta-feira. Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas quando um prédio de apartamentos em Rehovot foi atingido por um foguete. De acordo com a Jihad Islâmica Palestina, o foguete foi fabricado no Irã. Um trabalhador estrangeiro na região de Eshkol foi ferido por estilhaços. Os foguetes atingiram casas, um centro comunitário e um shopping nas cidade de Bat Yam, Sderot e Kfar Maimon.
  • A Jihad Islâmica Palestina divulgou um comunicado após a barragem de foguetes dizendo que havia “cumprido seu dever e sua promessa de vingar os mártires palestinos, civis e combatentes”. A Sala de Operações Conjuntas, um centro de comando coordenado de diversos grupos terroristas, disse que Israel estava “calculando mal” ao continuar os assassinatos direcionados de líderes terroristas e que o grupo poderia responder aos ataques de Israel.
  • As Forças de Defesa de Israel continuaram atacando tanto infraestruturas quanto a liderança da Jihad Islâmica Palestina. As autoridades israelenses declararam que os ataques continuariam enquanto os foguetes continuassem a ser lançados contra Israel, dizendo que o exército continuaria “eliminando e cobrando um alto preço da Jihad Islâmica”. Os ataques aéreos continuaram na noite de quinta-feira.
  • O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza disse que 30 palestinos foram mortos e 86 feridos desde o início da operação. Pelo menos 12 são membros confirmados de grupos terroristas, com o PIJ reivindicando vários como membros, enquanto 10 eram civis mortos em ataques das IDF contra líderes seniores do PIJ. De acordo com o IDF, pelo menos quatro civis também foram mortos por foguetes PIJ que não foram lançados e caíram em Gaza.
  • As barragens de foguetes continuaram noite adentro no sul e no centro de Israel, atingindo Tel Aviv e cidades vizinhas. O Hamas permaneceu fora do conflito, com a Jihad Islâmica Palestina sendo responsável pelo lançamento de foguetes. De acordo com as Forças de Defesa de Israel, às 20h, 803 foguetes foram lançados contra Israel, 152 dos quais caíram em Gaza, e Israel atingiu 191 alvos da Jihad Islâmica Palestina.
  • De acordo com um relatório, as autoridades israelenses acreditam que os objetivos da operação foram alcançados e que “as próximas horas serão críticas em relação a um cessar-fogo ou à continuação do confronto”. 
  • Esperamos que esta onda de violência termine o mais rápido possível, para o bem dos israelenses e dos palestinos.

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