China testa arma hipersônica cinco vezes mais rápida que a velocidade do som

Em junho, a China testou uma arma hipersônica, capaz de disparar um míssil a uma velocidade cinco vezes maior que a velocidade do som a partir de um veículo planador. Até esse momento, nenhum país tinha demonstrado tamanha capacidade tecnológica. As informações são do jornal britânico Financial Times, publicadas no último domingo (21).

O veículo planador hipersônico acoplado é uma espaçonave manobrável que viaja muito rápido e pode carregar uma ogiva nuclear ou normal. Quando a espaçonave chega a certa altura, o míssil balístico se separa e manobra. No teste, atingiu a velocidade hipersônica durante o voo sobre o Mar do Sul da China, um território disputado e palco de tensões geopolíticas.

O feito tecnológico ainda intriga especialistas do Pentágono norte-americano, que buscam explicar como o feito foi possível. Os EUA, assim como a Rússia, têm tentado produzir armas hipersônicas há muitos anos, mas não chegaram ao patamar chinês, segundo especialistas ouvidos pelo Financial Times.

“Este desenvolvimento é preocupante, como deveria ser para todos os que procuram a paz e a estabilidade na região e além dela”, disse ao jornal um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, sem comentar as tentativas do próprio país de desenvolver armamento similar.

“Isto tem também que ver com a nossa preocupação sobre qual a capacidade militar da República Popular da China.” Pequim nega as acusações. “Não estamos absolutamente interessados ??em uma corrida armamentista com outros países”, afirmou Liu Pengyu, o porta-voz da embaixada, ao jornal.

“Nos últimos anos, os EUA têm inventado desculpas como ‘a ameaça da China’ para justificar a expansão de suas armas e o desenvolvimento de armas hipersônicas.” Além da preocupação com o míssil, o próprio veículo que disparou o projétil foi projeto no espaço através de um sistema de bombardeio orbital, capaz de sobrevoar o Pólo Sul. Isso quer dizer, na avaliação dos especialistas norte-americanos, que a China seria capaz de evitar as defesas anti-mísseis dos EUA, que são focadas em proteger o país de ataques vindos do Polo Norte.

Durante os testes, no entanto, alguns mísseis, mesmo com a hipervelocidade e a capacidade de manobra, erraram o alvo em até 40 km. Há dois tipos de armas hipersônicas. A primeira é um míssil impulsionado por um motor e manobrável. A segunda é um veículo planador. A China já havia testado uma aeronave hipersônica não tripulada em 2019.

Segundo Pequim, o Xingkong-2 ("Céu Estrelado-2"), viajou a 7.344 quilômetros por hora, o seis vezes mais rápido que a velocidade do som. Para se ter um parâmetro, a aeronave seria capaz de dar uma volta completa na linha do Equador em menos de duas horas. O veículo planador hipersônico (HGV) é uma espaçonave – similar a um ônibus espacial – que é lançada em órbita em um foguete. Em seguida, ele volta à atmosfera e dispara em direção ao seu alvo a mais de cinco vezes a velocidade do som.

Xi diz a líderes do sudeste asiático que China não busca "hegemonia"

O presidente da China, Xi Jinping, disse a líderes dos dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) em uma cúpula nesta segunda-feira que seu país não "intimidará" seus vizinhos regionais menores em meio à tensão crescente em relação ao Mar do Sul da China.

As reivindicações territoriais chinesas sobre o mar se chocam com as de vários países do sudeste asiático e causam alarme de Washington a Tóquio. Mas Xi disse que a China jamais buscará a "hegemonia", nem se aproveitará de seu tamanho para coagir países menores e que trabalhará com a Asean para eliminar "interferências".

"A China foi, é e sempre será uma boa vizinha, boa amiga e boa parceira da Asean", disse Xi, segundo uma citação da mídia estatal chinesa. A afirmação chinesa de soberania no Mar do Sul da China a posiciona contra o Vietnã e as Filipinas, ambos integrantes da Asean, e Brunei, Taiwan e Malásia também reivindicam partes da rota marítima.

Na quinta-feira, as Filipinas criticaram as ações de três embarcações da Guarda Costeira chinesa que disse terem bloqueado e alvejado com canhões de água barcos de reabastecimento que rumavam a um atol sob ocupação filipina naquele mar.

Na sexta-feira, os Estados Unidos qualificaram as ações chinesas como "perigosas, provocativas e injustificadas" e alertaram que um ataque armado a embarcações filipinas invocaria compromissos norte-americanos de defesa mútua.

China degrada relação diplomática com Lituânia por disputa sobre Taiwan

A China rebaixou oficialmente suas relações diplomáticas com a Lituânia, agora no nível de "encarregado de negócios" – anunciou o Ministério chinês das Relações Exteriores chinês neste domingo (21), em protesto contra a abertura de uma embaixada taiwanesa de facto em Vilnius.

"O governo chinês teve de rebaixar as relações diplomáticas entre os dois países (…) para salvaguardar sua soberania e as normas básicas das relações internacionais", disse o ministério, em um comunicado. Ainda de acordo com a nota oficial, "o governo lituano deve arcar com as consequências derivadas disso", pois a atuação de Vilnius "assentou um péssimo precedente na arena internacional".

A Lituânia usou o termo "escritório de Taiwan" para se referir à nova sede, em um distanciamento diplomático da campanha de pressão de Pequim, que busca manter Taiwan isolada do cenário mundial.

Em seu comunicado, o Executivo chinês afirmou que a Lituânia "abandonou o compromisso político assumido, ao estabelecer relações diplomáticas" com a China, em uma referência à "política de uma só China". Por meio desta política, os países reconhecem oficialmente o governo chinês, e não Taiwan. Em resposta, o governo lituano disse "lamentar" a decisão chinesa. "A Lituânia reafirma sua adesão à política de 'uma só China', mas, ao mesmo tempo, tem o direito de ampliar sua cooperação com Taiwan, incluindo a abertura de missões não diplomáticas", declarou o Ministério lituano das Relações Exteriores, em uma nota.

A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, ressaltou que o escritório de Taiwan em Vilnius não tem "status" diplomático. "O fato de a Lituânia querer intensificar os laços econômicos, culturais, ou científicos, com Taiwan estava anunciado no programa do nosso governo, motivo pelo qual nossa medida não deve surpreender muito", acrescentou. A China rejeita qualquer uso oficial da palavra "Taiwan", por considerar que confere legitimidade internacional à ilha.

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