Operação Amazônia – Disparo do Sistema ASTROS 2020 pela primeira vez na Amazônia Ocidental

Manaus (AM) – No dia 15 de setembro, o 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF), sediado em Formosa (GO), realizou duas missões de tiro real, com o objetivo de neutralizar uma base do exército oponente. Foi o primeiro tiro com o sistema de lançadores múltiplos ASTROS em ambiente amazônico.

O exercício militar é parte da Operação Amazônia, uma simulação de guerra em ambiente de selva. Além do ASTROS, a missão de tiro real envolveu disparos dos mísseis antiaéreos RBS-70 e IGLA-S.

Considerado o maior exercício de adestramento militar realizado na região, a operação reúne 3.600 integrantes de seis Comandos Militares de Área. O disparo do ASTROS ocorreu numa base do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), no quilômetro 61, às margens da AM-010, que liga Manaus ao município de Rio Preto da Eva (AM).

O desafio das missões de tiro começou antes mesmo da própria execução. De Goiás a Belém, de Belém a Manaus, percorrendo mais de 3.600 quilômetros, o 6º GMF deslocou o efetivo por uma distância quase como de Paris (França) a Moscou (Rússia). "Fazer o deslocamento estratégico, fazer essa concentração aqui é muito importante para  dominarmos certos dados médios de planejamento, para  fazermos a coisa certa quando preciso for", disse o General-de-Brigada Valério Luiz Lange, Comandante da Artilharia do Exército Brasileiro.

Acompanharam o exercício militar o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; o Comandante do Exército, General de Exército Edson Leal Pujol; e o Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. "Realmente, fiquei impressionado com a concentração estratégica dos meios, particularmente do Exército Brasileiro, que cerraram para a Amazônia para essa operação, o que já é um exercício muito bom", ressaltou o Ministro da Defesa.

"A presença do ASTROS aqui na Amazônia simboliza que as Forças Armadas e que o Exército Brasileiro são capazes de estar presentes em todo o território nacional e em condições de defender a nossa democracia, a nossa soberania e as nossas fronteiras", destacou o Comandante do Exército.

Potencial de fogo

O Astros 2020 é um sistema para a saturação de área, com o objetivo de lançar grande quantidade de fogos em um curto espaço de tempo. Os foguetes são de grande profundidade, com um tiro de rigoroso controle de precisão e inteligência. É uma arma eficiente e precisa, com munição de altíssima capacidade de destruição.

Os foguetes têm a capacidade de destruir uma área de 16 km² e o seu alcance varia entre 30 e 80 km. A tecnologia do ASTROS é toda de fabricação nacional. A empresa Avibras desenvolve esse sistema desde a década de 1980 e já trabalha num foguete com alcance de 300 km.

Os mísseis IGLA-S são considerados de curto alcance. Podem ser operados por um único homem e possuem alcance de seis quilômetros e altitude máxima de 3.500 metros.

Já o RBS-70 é um míssil de superfície, portátil, que pesa 15 quilogramas e que tem a finalidade de suprir as necessidades de defesa antiaérea à baixa altitude.

 

Nota DefesaNet

O deslocamento estratégico de uma seção do Sistema Lançador de Foguetes ASTROS 2020, desde a sede do Comando de Artilharia, Formosa (Goiás), nas cercanias de Brasíla DF, até Manaus é um complexo processo de logística.

O deslocamento foi dividido em duas grandes etapas:

1 – Via rodoviária – Formosa (GO) até Belém (PA) – 2.000 km

2 – Via Fluvial com Balsas- Belém (PA) até Manaus (AM) – +- 1.600 km

 

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