Manutenção integrada otimiza recursos e melhora operacionalidade

Manter a operacionalidade dos esquadrões é tarefa árdua e requer um grande movimento logístico. Em cada exercício desdobrado, há o planejamento para deslocar recursos e manter as manutenções periódicas. Desde 2012, a manutenção das Unidades Aéreas que operam a aeronave F-5 – os Esquadrões Pampa (1º/14º GAV), Pacau (1°/4° GAV) e o 1° Grupo de Caça – estão trabalhando de forma compartilhada quando fora de sede, como aconteceu recentemente na Operação Unitas.

O Capitão Primo Antonio Corral de Medeiros, do Esquadrão Pampa, explica que além das manutenções regulares, existem as intervenções não programadas, que sanam panes apresentadas conforme a aeronave realiza missões. “Para isso, é necessária a presença dos graduados especialistas em cada uma das oito oficinas, que são as partes do avião (hidráulica, estruturas e pintura, armamento aéreo e assentos ejetáveis, elétrica, motores, célula, equipamento de voo e eletrônica)”, explica.

Integração e troca de experiências – Nas manobras fora de sede, cada esquadrão desloca com seu suporte logístico para realizar a mesma missão na mesma localidade. Então, por que não unir esforços? Sob a coordenação da Terceira Força Aérea (III FAE), o novo conceito de manutenção integrada estabelece o raciocínio “macro” do modus operandi.

A aeronave e o mantenedor não mais se restringem ao esquadrão, mas à operação, mantendo o nível técnico, a operacionalidade em todas as unidades aéreas e reduzindo a quantidade de pessoal e materiais necessários ao apoio de manutenção.

A evolução técnica é ressaltada pelo Comandante do Esquadrão Pampa, Tenente-Coronel Ricardo Guerra Rezende. “Aumentamos o esforço aéreo com um efetivo menor e trabalhamos de forma unificada, promovendo troca de experiências. Além disso, temos a oportunidade de efetivar uma consolidação doutrinária e logística em meio a culturas organizacionais distintas”, relata o comandante.

Para o Sargento Gustavo Provin Flores, encarregado da Subseção de Motores do Pampa, as manutenções compartilhadas evoluíram desde a implantação. “A adaptação trouxe integração técnica dos esquadrões. Conhecendo como os outros trabalham a gente evolui”, conta.

Otimização – Antes cada unidade deslocava cerca de 80 a 90 mantenedores, número que foi reduzido para 55 a 50 militares por esquadrão.

Ganho logístico – Planejamento facilitado e assertividade. Exemplo foi o envolvimento dos esquadrões da FAB na USABRA, fragmento do exercício UNITAS, realizado em novembro de 2015.

Resultados – Nas Campanhas de combate BVR, realizadas em 2014, a média de voos abortivos por falha material foi de 20 a 25%. Em 2015, executando o novo cronograma de operação, o índice caiu para 5%.

O índice positivo, além de diminuir o desgaste de intervenções, representa, operacionalmente, um aproveitamento muito maior do número de treinamentos efetivos dos pilotos.

Brasil reduz número de acidentes aéreos em 2015

De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), o número de acidentes registrados no Brasil em 2015 foi o menor em quatro anos, uma redução de 16% frente a 2014.

Foram 123 acidentes aeronáuticos envolvendo aeronaves homologadas com matrícula brasileira, contra 146 acidentes no ano anterior. Em 2013, foram 160 casos. E em 2012, 179. Também houve redução de 18% no número de fatalidades, de 70, em 2014, para 57, em 2015.

De acordo com o órgão, subordinado ao Comando da Aeronáutica, a queda no número de acidentes é resultado de ações de prevenção realizadas continuamente pelo CENIPA com a participação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), indústria aeroespacial, entidades do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), empresas e operadores aeronáuticos.

No último ano, 1.459 pessoas participaram de cursos realizados pelo CENIPA. Um público superior a 13 mil pessoas também participou de eventos como simpósios, seminários e palestras.

Em 2015, o CENIPA também publicou em seu site um total de 187 Relatórios Finais, que visam a difundir ensinamentos que auxiliaram órgãos públicos e privados para melhor gerenciamento dos programas de prevenção de acidentes.

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