Farnborough – Aviação russa busca novos pontos de apoio

Hoje, porém, a correção do vetor de desenvolvimento da indústria aeroespacial russa torna-se cada vez mais atual.

O mercado interno ganha cada vez maior peso para produtores nacionais de aviões de combate e esta tendência será mantida, porque a Força Aérea da Rússia se apresenta como cliente seguro para muitos anos. O número de aviões encomendados pela FA já se aproxima de 400 (70 dos quais já são fornecidos) e a sua quantidade total na década corrente constituirá mais de 600 máquinas.

Para a família de aviões civis (de transporte e de passageiros), diferentemente do mercado de aviação militar, as compras internas são insuficientes: só uma procura externa estável pode garantir volumes normais de produção e de vendas.

Em tais condições, os salões de aeronáutica, inclusive em Farnborough, são um local em que as mercadorias devem ser apresentadas de todos os lados, mas, por enquanto, só o SuperJet pode ser exibido ao vivo. Ao mesmo tempo, devemos entender que aviões civis russos não têm ainda um prestígio suficiente para pretender seriamente uma quota-parte nas compras das principais companhias aéreas do mundo.

O prestígio deve ser conquistado a partir do zero, através dos acidentes trágicos como, por exemplo, a catástrofe do SSJ-100 na Indonésia em maio último, admitindo, possivelmente, sérias perdas de lucros em primeiros contratos. Neste contexto, a indústria de aviação nacional precisa de apoio estatal tanto em forma de compras sustentadas pelo Estado para companhias aéreas russas, como através da proteção de aviões russos no mercado externo com a ajuda de instrumentos diplomáticos e econômicos.

Praticamente o mesmo diz respeito a aviões de transporte nacionais. Para restabelecer a produção em massa de aviões de carga são necessárias não apenas compras militares, mas também encomendas de companhias comerciais. Por enquanto, em Farnborough, são apresentados o Yak-130, um dos melhores aviões militares russos dos últimos anos, e o SSJ-100, o primeiro modelo da nova geração de aviões civis nacionais.

É pouco provável que neste salão sejam assinados contratos multimilionários de fornecimento de aviões russos, mas é vitalmente importante trabalhar para melhorar a imagem, alargar contatos e promover seus artigos. Tanto mais desagradável é o fato que os Russkie Vitiazi (A esquadrilha de acrobacia aérea mais conhecida russa) não aparecerem por cima de Farnborough.

No mundo de aviação não pormenores sem importância: voos impressionantes de aviões Su-27 não deveriam convencer alguém de algo, mas tornou-se evidente mais uma vez a inaptidão ou falta de vontade de muitos funcionários russos de trabalhar como se deve e de responder por suas ações. Enquanto isso não se alterar, os salões de aviação continuarão a ser um pretexto para esperar sucessos que, contudo, devem aparecer numa altura.

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