O Irã e a Coreia do Norte bloquearam na ONU a aprovação de um novo Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA) por considerar que inclui muitas "cláusulas e vazios legais" que impedem a criação de um texto "robusto".
O representante sírio também pôs objeções à minuta, após o que o presidente da Conferência, o embaixador australiano Peter Woolcott, suspendeu temporariamente a sessão para uma nova rodada de consultas com os países.
Após duas semanas de negociações e antes que os Estados-membros se dispusessem a adotar o novo tratado por consenso, os representantes do Irã e da Coreia do Norte bloquearam o acordo e pediram a palavra para pôr objeções à última minuta.
O Irã se opõe "porque foram introduzidas muitas cláusulas e vazios legais", disse o representante iraniano, que esperava um texto "efetivo, robusto, equilibrado e não discriminatório" para "reduzir o sofrimento causado pelo comércio ilícito" de armas.
"O texto ignora a reivindicação legítima de um grande número de países de proibir a transferência de armas aos que cometam agressões. Como reduzir o sofrimento humano quando se fez vista grossa perante agressões que causam dano a milhares de inocentes?", questionou.
Além disso, se perguntou por que o atual texto protege o direito a ter armas dos indivíduos para cumprir a legislação "de um único país" (em referência aos Estados Unidos) "e não o direito inalienável à livre autodeterminação de povos sob ocupação estrangeira".
Por sua parte, o representante da Coreia do Norte disse também que seu país se opõe à atual minuta do tratado porque, em sua opinião, "não é equilibrado" e é "perigoso" porque pode ser usado "com fins políticos" pelos países exportadores.
O representante da Síria declarou que trabalharam para conseguir um acordo "por consenso", mas pôs objeções alegando que seu país é "o melhor exemplo do sofrimento que causa o sangrento comércio de armas que apoia terroristas".
Ao final dos discursos dos representantes de Irã, Coreia do Norte e Síria, o embaixador australiano suspendeu temporariamente a conferência para poder continuar com uma nova rodada de consultas.