Chanceler paquistanês defende forças e nega ‘incompetência’

O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Salman Bashir, rejeitou nesta quinta-feira as críticas à atuação das forças paquistanesas durante a operação americana que matou o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. "As forças de segurança não foram nem incompetentes nem negligentes em relação a seu dever sagrado de proteger o país", afirmou, em coletiva de imprensa.

Após o anuncio da morte de Bin Laden, críticos questionaram como as forças do Paquistão não perceberam que aeronaves americanas tinham entrado no país sem autorização, já que o governo paquistanês só teria sido informado sobre a operação depois de ela ter terminado.

Segundo Bashir, os EUA usaram tecnologia avançada para que as aeronaves não fossem detectadas pelos radares paquistaneses. O governo só colocou caças no ar quando um dos helicópteros americanos apresentou defeito e caiu.

"Imediatamente nossas Forças Armadas foram checar se o helicóptero era paquistanês", afirmou Bashir. Segundo ele, os caças levaram 15 minutos para chegar ao local, mas as aeronaves americanas já estavam a caminho do Afeganistão.

Foi a primeira vez que uma autoridade paquistanesa deu detalhes sobre a atuação do país durante a operação que matou Bin Laden. O ministro reforçou que o Paquistão não sabia da ação e alertou para o perigo de missões unilaterais como a realizada pelos Estados Unidos. "Não há dúvidas de que repetição de atos como esse terão consequências desastrosas", afirmou.

Apesar do "recado" aos EUA, o ministro evitou responder se considerava a operação americana ilegal. "Cabe aos historiadores responder isso", afirmou.
 

Dúvidas

Na terça-feira, o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, negou que as autoridades de seu país soubessem do paradeiro de Bin Laden.

Outras autoridades do governo disseram o mesmo, mas há muitos questionamentos sobre como a casa onde Bin Laden vivia, cuja construção terminou em 2005, pode passar despercebida.

Além de ser muito maior do que as outras casas da região e estar cercada por muros altos com arame farpado, a mansão está localizada em local próximo a um importante centro militar.

Embora o governo americano tenha tomado cuidado para não acusar diretamente o Paquistão de dar abrigo a Bin Laden, a Casa Branca deve exigir respostas das autoridades paquistanesas. Para John O. Brennan, principal assessor de Obama para segurança nacional, é “inconcebível” que Bin Laden não tenha tido algum tipo de apoio.

Com AP e informações do 'The New York Times"

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