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Defesa – Amorim associa cooperação entre Estados e desenvolvimento em seminário sobre política de Defesa

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Brasília, 04/06/2012 – As causas do desenvolvimento econômico e do progresso social avançam na esteira da prevalência da cooperação entre os Estados. A afirmação é do ministro da Defesa, Celso Amorim, que abriu nesta segunda-feira o seminário “Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”, promovido por um grupo de fundações partidárias no Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados.

Segundo Amorim, o panorama global de segurança apresenta uma clara tendência de redistribuição do poder mundial. E a maior contribuição que o Brasil pode dar à construção dessa multipolaridade, na área da defesa, é “seguir trabalhando para a construção dos mais altos níveis de confiança e de cooperação na América do Sul.”

Celso Amorim defendeu a cooperação regional sul-americana, além de maior interação com países africanos, como contraponto a um cenário internacional marcado por conflitos, desconfianças e anúncios de intervenção militar, ainda que sob pretexto humanitário.

Ao fazer reflexões sobre a situação do Oriente Médio, em especial nos casos da Síria e do Irã, o ministro da Defesa disse que situações críticas, como essas, não se esgotam em sua dinâmica regional, mas têm “repercussão sistêmica”. Segundo ele, cabe aos países interessados na preservação da segurança global evitar a “desagregação sistêmica” pelo conflito generalizado.

Transparência e confiança

Referindo-se ao atual momento de prosperidade vivido na América do Sul, Amorim classificou como “notável” o patamar em que se encontram hoje os países do subcontinente. “A Unasul possibilitou não apenas ganhos comerciais e econômicos a seus membros, mas também o incremento da segurança regional”, exemplificou.

Para ele, o Conselho de Defesa Sul-americano também se revelou de grande valia na resolução de divergências que os países sul-americanos enfrentaram coletivamente. “O Conselho incorporou ao quadro da integração o temário da cooperação em defesa, balizado pelos princípios da transparência e da confiança.”

Segundo Celso Amorim, a criação de uma base industrial de defesa sul-americana – estimulada pela compra e venda de material de defesa entre os países e pela complementação de cadeias industriais – dará ainda maior concretude a esse objetivo, contribuindo também para o propósito de reorganizar a indústria de material de defesa brasileira. “Cito o exemplo emblemático do avião cargueiro-reabastecedor KC-390, da Embraer, produzido em associação com países amigos”, ilustrou.

Por fim, o ministro da Defesa afirmou que a cooperação em defesa também deve ocorrer em outras frentes do entorno estratégico brasileiro, como o Atlântico Sul. “Temos buscado incrementar a nossa cooperação com os países africanos”, disse ele. Segundo Amorim, a África tem enorme importância estratégica para o Brasil, inclusive por motivos geográficos. “Costuma-se esquecer que a distância do Recife ou de Natal até Dacar é menor que a dessas cidades a Porto Velho ou Rio Branco, ou que nossa Zona Econômica Exclusiva no Atlântico não está a grande distância daquela de Cabo Verde.”

O seminário "Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento" foi realizado pelas fundações Maurício Grabois (PCdoB), Perseu Abramo (PT), João Mangabeira (PSB) e Leonel Brizola–Alberto Pasqualini (PDT).

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